Passar pela transição da Reforma Tributária, que começa em janeiro de 2026, será um desafio para as empresas, as cidades e a sociedade em geral. Foi esse um dos recados da palestra realizada na Associação Comercial de Santos (ACS) nesta terça-feira (dia 2), em parceria com a Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC) e Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA).
Os palestrantes Mário N. Westrup, doutor e mestre em Desenvolvimento Socioeconômico pela Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), e Fábio Tieppo, graduado em Engenharia de Produção pela Poli/USP e em Direito pelo Mackenzie, ambos da Tendências Consultoria, deram um panorama geral dos impactos econômicos e financeiros da mudança.
“Muito tem se falado da reforma tributária nas questões legais, mas nós vamos começar a perceber quais são os impactos tanto para as empresas quanto para a arrecadação dos municípios e dos estados. Ela será uma Revolução e o desafio será conviver com os dois sistemas durante o período de transição que se estenderá até 2033”, destacou Mário.
Simplificação - Entre os benefícios da reforma apontados estão a maior transparência na tributação e a simplificação de regras. O texto da reforma altera e simplifica a incidência de tributos indiretos que incidem sobre o consumo de bens e serviços. “Na fase de transição vai gerar investimentos e custos adicionais. O impacto vai depender muito do setor”, colocou Fábio.
Os palestrantes compararam a fase de transição ao momento de turbulência durante uma viagem. “Terá desafios e vai demandar contratos flexíveis, abertura para negociação, acompanhamento constante e monitoramento dentro das empresas”.
Oportunidade – Com o novo contexto, o Porto de Santos poderá ter a chance de atrair cargas de estados como Santa Catarina e Espírito Santo, que vão perder os incentivos fiscais por conta das alterações da Reforma Tributária.
“A tributação é um fator importante para a competitividade das mercadorias, e o Porto de Santos, o principal polo econômico da região, poderá vir a ser beneficiado. Precisamos olhar para o futuro”, ponderou o gerente-executivo da ACS, Eduardo Lopes.
Para Luiz Alberto Azevedo Levy Júnior, presidente da ABTTC, a palestra foi fundamental para explicar aos representantes de empresas e para a sociedade em geral o que a Reforma Tributária mudará no dia a dia.
Criada para simplificar a cobrança de impostos no País, a Reforma Tributária iniciará sua fase de transição em 2026. Do ano que vem até 2033 — quando acaba o período de adequação — será o prazo para que as empresas e suas áreas de contabilidade, financeira e outros setores se adaptem ao novo modelo tributário.
