O presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Roberto Clemente Santini, afirmou que a cidade tem que se posicionar como capital da Região Metropolitana da Baixada Santista.
"Santos tem que se colocar como capital da região. Esses projetos todos - túnel entre Santos e Guarujá, o túnel da Zona Noroeste - são de vital importância para o crescimento da nossa região de modo mais equitativo", declarou Roberto Clemente Santini, no Seminário Mobilidade Urbana Sustentável da Baixada Santista, realizado na manhã desta terça-feira, 30 de setembro de 2014, no Auditório da Associação Comercial de Santos, na Rua XV de Novembro, 137 - 1.º andar, no Centro Histórico.
O evento foi promovido pela Prefeitura de Santos e pela Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem).
A Associação Comercial de Santos esteve representada, além do presidente, Roberto Clemente Santini, pelo diretor executivo, Marcio Calves, e pelo 1.º suplente da Diretoria Executiva, Edison Monteiro.
Também participaram do seminário autoridades, como secretários municipais, vereadores, representantes de entidades e interessados, pois o evento foi aberto ao público.
PUJANÇA
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, lembrou que a região está em um ciclo de desenvolvimento, que exige planejamento. "A Baixada Santista vive um momento de pujança econômica e precisamos preparar a região para o futuro, para preservarmos o nosso maior patrimônio, que é a qualidade de vida".
Paulo Alexandre Barbosa recordou ainda que a Agem criou o Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da Baixada Santista exatamente com tal objetivo, pois define um programa de iniciativas a serem realizadas até o ano de 2030.
O presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Joaquim Lopes, disse que o primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), entre Barreiros (São Vicente) e o Terminal Porto (Santos), deve iniciar a operação comercial em março de 2015. "Estamos prevendo no primeiro trecho realizar cinco viagens hora por sentido, com intervalo de 10 minutos e meio. Até o final de 2016, com o trecho até o Valongo, serão 11 viagens hora/sentido, com intervalo de 3,5 a 7 minutos".
O engenheiro e ex-secretário Nacional de Transportes e Mobilidade Urbana, Júlio Eduardo dos Santos, informou que o projeto do município para a construção de corredor e túnel metropolitano entre Santos e São Vicente foi a única proposta da região que conseguiu recursos do Pacto da Mobilidade do Governo Federal.
Júlio Eduardo do Santos revelou que a falta de projetos é um desafio. "O maior gargalo para execução de obras de mobilidade no País é que há muitas ideias e poucos projetos".
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, antecipou que o próximo trecho do VLT, entre a Avenida Conselheiro Nébias e o Valongo, em Santos, será debatido em audiências públicas ainda em outubro de 2014. A expectativa é que "a obra começará no final do primeiro semestre de 2015".
O engenheiro Sérgio Ejzenberg, mestre em Transportes Metropolitanos pela USP, citou que um sistema como o metrô tem capacidade para transportar 70 mil, até 90 mil passageiros por hora.
Ejzenberg disse que a bicleta, por exemplo, é um meio que, embora barato e sustentável, não apresenta o desempenho de meios de transporte de massa. Ele comentou que é só fazer um cálculo: sobre um determinado ponto, imagine-se que passe uma bicicleta por segundo. Em uma hora, serão 3.600 bicicletas. Em síntese, cada meio de transporte tem características próprias, que devem ser devidamente exploradas na malha urbana.
Conforme a explanação do presidente da EMTU, Joaquim Lopes, o VLT não resolverá os gargalos na movimentação de pessoas e veículos na região. "No cenário mais conservador, o VLT sozinho, no trecho inicial, vai responder por apenas 33% das viagens".
O diretor executivo da Agem, Marcelo Bueno, declarou que é essencial realizar eventos para discutir soluções sustentáveis de mobilidade urbana. "É um marco discutir a integração dos modais e os investimentos que serão feitos para os próximos anos".