Um conselho será formado para elaborar um planejamento estratégico para a cidade de Santos para os próximos 30 anos. A decisão foi tomada na manhã desta sexta-feira (13), durante reunião na Associação Comercial de Santos (ACS) com integrantes da Organização Comunitas. A entidade, por meio do Programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, tem como objetivo contribuir para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos e estimular a participação da iniciativa privada no desenvolvimento social e econômico do país.

O presidente da ACS, Roberto Clemente Santini, recebeu, entre os convidados, a presidente da Comunitas, Regina Esteves; o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa; o presidente da Cosan, Marcos Lutz; e o presidente do conselho de administração do grupo Cosan, Rubens Ometto; além de secretários municipais, empresários, diretores e sócios da ACS.

Após duas horas de apresentações de dados e debates entre os participantes, foi acertado que é necessária a criação de um conselho, como garantiu a presidente da Comunitas, Regina Esteves.

“O Juntos visa melhoria da gestão pública municipal por meio do engajamento de diversos setores da sociedade e, numa ampla participação, que se consiga chegar à melhoria da gestão com a entrega de serviços de qualidade. Mas, ao mesmo tempo, que haja uma evolução do que a gente tem como modelo de gestão pública no País. A grande missão é juntar os setores para uma agenda comum. A gente traz conceitos de eficiência da gestão pública, co-criação com a sociedade e a sustentabilidade através da governança participativa. Hoje discutimos o futuro de Santos, como será direcionada. É um tipo de participação que a sociedade tem  que ser protagonista. O próximo passo é organizar o conselho da cidade”.

Após essa definição, o presidente da ACS, Roberto Clemente Santini, ressaltou que esse conselho precisa, imprescindivelmente, ser independente politicamente.

“Muitos querem saber como seria a participação efetiva dos empresários, como eles poderiam opinar, participar do conselho. Acredito que deverá ser formado não só por empresários do Porto e do comércio, mas também por artistas, pessoas ligadas à cultura e ao esporte”.

Diagnóstico da cidade

Durante a reunião, primeiramente foi apresentado pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, um balanço sobre metas que vêm sendo alcançadas pela administração municipal em diversos setores, como a redução de despesas e a diminuição da mortalidade infantil.

Segundo o prefeito, a receita está impactada devido à crise econômica pela qual o País passa este ano. Em relação às despesas, cortes têm sido feitos permanentemente para manter o equilíbrio.

“Estamos cumprindo todas as metas. Em relação às despesas, cumprimos além da meta estabelecida, o que permite à Prefeitura ter uma saúde financeira estável, honrando seus compromissos. Nossa meta é avançar cada vez mais no corte de despesas, incrementar as receitas sem aumento de impostos, para que a gente possa ter equilíbrio dentro das contas da prefeitura, honrando compromissos, principalmente preservando investimentos que temos previstos para cidade”.

Para ele, a maior dificuldade da gestão pública é a descontinuidade, uma vez que a cada eleição pode ocorrer mudança de governo. E, sendo esse planejamento criado por uma organização que não depende apenas da administração municipal, o entrave seria vencido.

“Pela Comunitas podemos criar uma agenda da Cidade, que não é da prefeitura ou do prefeito. Assim, cada governante que assumir se comprometerá a cumprir esta agenda”.

Na sequência, houve uma apresentação da Price Water House Coopers (PWC), uma das maiores prestadoras de serviços profissionais do mundo nas áreas de auditoria e consultoria, que mostrou um diagnóstico da cidade de Santos.

Andre Marinho, sócio da PWC, apresentou aos participantes pontos que precisam de maior reflexão, entre eles como aumentar a renda média do santista e como desenvolver capital intelectual.

Ao fim, o presidente do grupo Cosan, Marcos Lutz, ressaltou que é muito importante para Santos, que está diretamente ligada ao setor externo brasileiro, um dos poucos que se sustentam na economia de hoje, ter uma participação da comunidade em um plano de longo prazo. “A sociedade estará aqui ainda. É importante que ele (conselho) seja gerido pela comunidade ao longo do tempo. Deve ter legitimidade para ser reconhecido pela sociedade como representante dela”.

E disse que a participação dos empresários é essencial. “Cada empresário tem a visão do seu setor com mais clareza. Por isso, é importante que eles tragam essa visão para ser debatida no conselho, que tem pessoas com pontos de vista divergentes, para que a gente chegue num consenso”.

Rubens Ometto ratificou a opinião e disse que a participação dos empresários é essencial. “É um debate democrático, cada um tem um ponto e vista. Mas, temos que pensar na cidade e na sociedade acima disso. Você consegue montar um programa de médio e longo prazos, sem alterações que dependem de quem está no comando da cidade”.

Sobre a Comunitas e o programa Juntos

Por meio do envolvimento de diversos atores, a Comunitas estimula e fomenta ações conjuntas com o propósito comum de promover o desenvolvimento sustentável. A organização conta com o apoio de líderes de grandes empresas, engajados nas várias frentes de atuação.

A convicção da Comunitas é de que as empresas brasileiras podem contribuir, de maneira significativa, para a superação dos problemas de ordem econômica e social em várias regiões do país, uma vez que enfrentam desafios crescentes em seus negócios para a melhoria da gestão, na qualidade e no impacto social de seus investimentos.

O foco das operações da Comunitas está no estabelecimento de parcerias para produzir e multiplicar o conhecimento necessário para o avanço da participação das empresas, da sociedade e do poder público na resolução de entraves ao desenvolvimento do país.

A Comunitas atua em várias frentes, com destaque para projetos como o BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), o Encontro de Líderes, a divulgação de Boas Práticas e o Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, programa de aprimoramento da gestão pública municipal.