02 de setembro de 2013

Prefeitura realiza debate sobre implantação de políticas sobre drogas na ACS

A prefeitura municipal de Santos realizou na tarde desta quinta-feira, 29 de agosto de 2013, um debate sobre a implantação de políticas sobre as drogas no auditório do 1º andar da Associação Comercial de Santos (ACS), à Rua XV de Novembro, 137.

O encontro teve a presença do vice-prefeito de Santos, Eustázio Alves Pereira Filho; da coordenadora estadual de saúde mental, álcool e drogas, Rosangela Elias; da secretária de assistência social de Santos, Rosana Russo, do secretário adjunto de saúde de Santos, Renato Pastorello e do vice-presidente do COMAD, Evandro Tavares de Almeida.

O debate fez parte da programação da 13ª Semana Municipal Sobre Drogas, promovida pela prefeitura em parceria com o Conselho Municipal Antidrogas (COMAD).

Para o vice-prefeito, Eustázio Alves Pereira Filho, é preciso combater o uso abusivo de drogas lícitas, como o álcool e o cigarro. "Ninguém chega à cocaína ou ao craque sem ter aberto a porta com o álcool, por exemplo".

A atuação da família também foi amplamente defendida na apresentação do vice-prefeito. "Os casos de sucesso de recuperação de dependentes químicos dependem muito da família. É quando os familiares buscam tratamento e apoio que o dependente consegue se curar".

Filho também comentou que para se obter sucesso na prevenção do uso de drogas é preciso um trabalho sistemático, principalmente dentro das escolas. "Os professores têm a importante função de ser mediadores. Além disso, os organismos religiosos e a sociedade organizada são fundamentais nesse processo".

Apesar da programação intensiva da Semana Municipal Sobre Drogas, o vice-prefeito garantiu que ela é apenas um instrumento para que os próximos passos sejam organizados e postos em prática ao longo do ano. "O combate às drogas é uma prioridade da prefeitura, por isso foi instituído um Comitê Gestor para o enfrentamento do Crack e outras drogas, coordenado pelo gabinete do prefeito e composto pelos secretários de saúde, assistência social, segurança, defesa da cidadania e educação".

Segundo Filho, a intenção da prefeitura é promover o tratamento e reinserção social dos dependentes químicos, reduzir danos, prevenir, estudar e promover pesquisar sobre a utilização de drogas baseada na legislação vigente.

A prefeitura de Santos também aderiu ao programa federal "Crack é possível vencer", com aporte financeiro de R$19,1 milhões e aderiu ao Programa Recomeço, do Governo Estadual. Em contra partida, a prefeitura inaugura neste dia 30 de agosto, sexta-feira, a Cristolândia, casa de passagem destinada a moradores de rua que poderão se instalar provisoriamente antes de serem encaminhados ao tratamento. Também há na cidade a Missão Belém e Operação Vida.

Para a coordenadora Estadual de Saúde Mental, Álcool e outras drogas, Rosangela Elias, é difícil saber quais os caminhos certos para erradicar o uso de drogas no Brasil. "Ninguém tem uma receita ou um caminho certo. O que se sabe é que os usuários de crack, por exemplo, são os mais excluídos. Os próprios moradores de rua os excluem, é um estigma criado de que todos os usuários de crack são criminosos em potencial".

Elias também comentou que o primeiro desafio é entender que a saúde mental está dentro da saúde como um todo. "Não é uma questão exclusiva, uma não existe sem a outra".

Segundo a coordenadora, as unidades básicas de saúde também devem se responsabilizar pelo atendimento a pessoas que se encontram no grupo de risco. "Ninguém procura o pronto socorro se dizendo usuário de drogas, mas quem bebe procura por causa de uma dor de estômago ou problemas no intestino. Ele já sinaliza que a situação está crítica, mas alguns preferem ignorar".

Para ela, os próprios agentes comunitários poderiam propor às equipes o tratamento dos usuários. "Uma vez que o agente desconfia que o paciente está utilizando entorpecentes ou pertence a um grupo de risco e leva essa informação a diante, muitos casos de dependência poderiam ser evitados".

 

 

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