26 de novembro de 2019

Especialista explica oscilações do mercado de café em palestra na Associação Comercial de Santos

Especialista explica oscilações do mercado de café em palestra  na Associação Comercial de Santos

O trader da NGK Stockler, Alexandre Ferraz, falou sobre as oscilações e o funcionamento do mercado cafeeiro aos alunos do 70.º Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos (ACS), na manhã desta terça-feira (26).

Ferraz começou a palestra mostrando um fato curioso: a imagem de um boi e de um urso. Ele explicou que o mercado financeiro utiliza a figura de animais para designar perfis de investidores, ferramentas e tendências. “A figura do boi indica tendência de alta na Bolsa (bullish). O termo vem do fato de que quando um touro ataca, ele utiliza seus chifres em um movimento de baixo para cima. Ao contrário do touro, o urso aponta para uma queda no mercado de ações (bearish), pois quando ele ataca dá patadas fortes de cima para baixo”.

Alexandre Ferraz explicou também como a comercialização do café é feita, desde a fazenda até a xícara. Ele ressaltou que o maior consumidor da produção de café do Brasil é o próprio brasileiro. “Sempre incentivo as pessoas a olharem o mercado local. Temos costume de olhar o de fora, mas aqui dentro tem um grande mercado, principalmente, relacionado ao café especial”.



Análise fundamental e técnica

Para compreender como as variações podem afetar os preços internos da produção é preciso saber um pouco sobre economia, o funcionamento dos mercados e também ficar atento as unidades utilizadas para fazer a conversão. “Muitas vezes o produtor não precisa vender de imediato. Ele tem até um ano para comercializar o café. Por isso, é importante a função do trader, que monitora o mercado para tomar decisões e definir o preço para venda e compra do café”.

Quem está no ramo cafeeiro, sabe que o preço do grão varia diariamente. Essa alteração é pautada pelo mercado financeiro, em especial, pelos índices das bolsas de valores internacionais. “No caso do café, o mercado se divide entre a Bolsa de Nova York para café arábica e a de Londres para o café robusta”.



Há várias formas de comercialização de café no mercado internacional. Uma delas envolve o produtor, empresas e profissionais na intermediação e o importador. Há também a exportação direta do produtor para o recebedor final, sem intermediação. “De qualquer modo, a comercialização tem um papel importante na cadeia do café”.

Ainda de acordo com Ferraz, o preço do café é motivado e impactado diretamente pelo mercado climático, oferta e demanda mundial, e competição entre as exportadoras na compra e venda. “Não é apenas a Bolsa que define o preço. Ela apenas reflete os acontecimentos e as opiniões dos atuantes desta atividade”.

 

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