Paulo Rabello de Castro participou do IV Encontro Paulista de Economistas e III Encontro de Delegados Regionais, Municipais e Distritais do CORECON-SP, na Fatec
Fonte: Assessoria de imprensa ACS
Durante sua participação no IV Encontro Paulista de Economistas e III Encontro de Delegados Regionais, Municipais e Distritais do CORECON-SP, no último sábado (21), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, disse que o principal problema do Brasil é “a falta de rumo”.
“Não no governo Temer, que, por ser reformista, já adota uma visão planejada, mas precisamos agora de um plano documentado de longo prazo, que tenha uma visão para 2022 e para além de 2022. É assim que fazem os chineses, os coreanos, até mesmo os americanos, que dizem que não é para planejar, mas são os primeiros a planejar. Portanto, o grande desafio a ser superado é ter um plano digno de ser chamado plano”.
Sua palestra foi realizada na abertura do evento, ocorrido na Fatec de Santos (Avenida Bartolomeu de Gusmão, 110, Aparecida).
O ponto mais defendido por ele, ao longo de toda a sua fala, para a retomada econômica do Brasil, foi o planejamento.
“O PIB (Produto Interno Bruto) se faz com trabalho, organizando o trabalho, que anda muito desorganizado. Tão desorganizado que hoje a gente inviabiliza o trabalho para viabilizar o juros, é um País de ponta cabeça, que dificilmente vai conseguir trabalhar. Portanto, não adianta pedir para o BNDES mandar cheque para matar a dívida que está lá em 2050 se a gente não organizar, nesse mesmo banco, o crédito”.
O presidente do BNDES ressaltou que a prioridade ao investimento será a única maneira de reerguer o País.
“Temos que dar prioridade ao investimento, que depende de uma agenda de investimentos e de um plano de infraestrutura, para apresentar aos próximos candidatos a presidente essa agenda. Não pode ser só um hall de obras, isso não é plano. Plano é algo que organiza a nossa maneira de chegar lá, uma espécie de roteiro. Tem que ser um conjunto de obras que organize o crescimento para que a gente, no futuro, pague a dívida. Aliás, ela nem precisará ser paga, ela vai desaparecendo no meio da nossa riqueza”.
Na sequência, Castro apontou os outros dois grandes desafios do Brasil. “O segundo é acabar com o manicômio tributário. Já o terceiro é normalizar a vida monetária do País, por meio de juros normais”.
Quando questionado sobre as perspectivas para os empresários, ele foi otimista. “São boas para os empresários e principalmente para o trabalhador”.
Linhas de crédito municipais
Na oportunidade, Castro anunciou que estão sendo realizados estudos para tornar mais fácil o acesso às linhas atuais do BNDES para utilização municipal.
“A mesma preocupação que temos para facilitar o acesso às micro e pequenas empresas temos com as prefeituras. Precisamos facilitar, foi isso que o presidente Michel Temer pediu, para que repensássemos essas linhas de forma a torná-las mais facilitadas. Em 2018 ele quer que os municípios brasileiros tenham crédito e a garantia dessa linha, que tomem esse dinheiro e façam investimentos”.
Mas, haverá uma restrição. “A única restrição é que essa linha de crédito não seja para gastos de custeio, mas sim para um gasto objetivo de investimento em benefício da população local”.
Castro acredita que dentro de dois meses deverá ocorrer um “anúncio prático dessa medida”.