04 de janeiro de 2012

Tesouro capta US$ 750 milhões no exterior e paga menor juro da história

Pagamento de juro baixo foi obtido apesar da crise financeira internacional.
Recursos vão para reservas; operação serve de referência para setor privado.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília

O Tesouro Nacional informou nesta terça-feira (3) que foram captados US$ 750 milhões no exterior por meio da emissão de bônus em dólares. Os títulos, com vencimento em janeiro de 2021, foram emitidos em meio à crise financeira internacional - momento em que outros países encontram dificuldades em buscar recursos nos mercados.

A taxa de retorno ao investidor, ou seja, quanto o governo brasileiro pagará em taxas de juros para os detentores dos papéis, ficou em 3,44% ao ano - a menor da história. Até o momento, a menor taxa paga pelo Tesouro Nacional nas captações externas, de 4,18% ao ano, havia sido registrada em julho do ano passado - momento em que o Brasil havia acabado de receber "ratings" (notas) melhores da Moodys e da Fitch, ambas agências de classificação de risco.

A intenção inicial do governo era de captar US$ 500 milhões, mas a oferta foi ampliada por conta da  boa demanda dos investidores. A operação, que foi realizada nos mercados norte-americano e europeu, será estendida ao mercado asiático (em até US$ 75 milhões). Os recursos irão para as reservas internacionais brasileiras, atualmente acima de US$ 350 bilhões.

Operações anteriores

No ano passado, o governo fez duas captações externas. Em novembro, a Secretaria do Tesouro Nacional emitiu US$ 1 bilhão em títulos da dívida externa no exterior, com vencimento em 2041. Em julho, o governo brasileiro já reabrira o vencimento de 2021 - emitindo US$ 550 milhões em títulos da dívida externa.

Referência para empresas

Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas têm por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.

Como funciona?

Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.

Fonte: G1 - 3/1/2012

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