Segundo FMI, bancos chineses podem suportar uma crise imobiliária
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para os riscos de que a China esteja enfrentando uma bolha de crédito.
A entidade aplicou testes de estresse nas 17 maiores instituições financeiras do país, em conjunto com o governo, e concluiu que os bancos chineses continuam robustos, mas possuem vulnerabilidades.
Dentre os riscos apontados, o Fundo ressalta a deterioração na qualidade dos empréstimos, devido a uma expansão muito rápida no crédito.
"Os bancos e o setor financeiro da China estão saudáveis, mas existem vulnerabilidades que devem ser resolvidas pelas autoridades", afirmou o FMI em relatório.
A China viu seu crédito disparar nos últimos anos, com o governo utilizando seus bancos para financiar os investimentos e o crescimento econômico. Em 2009, o crédito cresceu 33%, e em 2010 a expansão ficou por volta de 20%.
Segundo o FMI, a estrutura atual proporciona altos níveis de poupança e liquidez, mas também cria o risco de uma distorção na alocação desses recursos financeiros, podendo ocorrer a formação de bolhas. Para a entidade, o setor mais suscetível a bolhas é o imobiliário.
O FMI, em conjunto com as autoridades chinesas, testou os 17 maiores bancos para quatro cenários de risco: uma redução da qualidade nos ativos dos bancos, incluindo empréstimos imobiliários; uma mudança nos juros; e uma valorização do câmbio.
Embora os bancos tenham mostrado bom nível de solvência nesses cenários, se vários desses choques ocorrerem ao mesmo tempo, o sistema financeiro pode sofrer consequências mais sérias.
Conforme o teste, em um cenário severo, com perdas de 15% dos empréstimos imobiliários, os bancos ainda teriam seu capital acima do mínimo regulatório, de 8% dos ativos ponderados pelo risco.
De acordo com o documento, nas maiores instituições financeiras da China, o nível de capital de máxima qualidade em relação aos ativos ponderados pelo risco (tier 1) era de 9,6% em 2010, frente a 8,5% no ano anterior.
Para o Fundo, apenas um cenário de séria desaceleração poderia impactar os bancos chineses. No teste aplicado, o crescimento da China desaceleraria para 4% ao ano, o que levaria a 25% dos bancos a falharem nos testes.
Fonte: Brasil Econômico (redacao@brasileconomico.com.br) - 16/11/2011