10 de novembro de 2011

Quantidade de brasileiros que compra imóveis na Flórida triplica em um ano

Aiana Freitas
Especial para o UOL Economia, em São Paulo
 
Comprar um apartamento nas cidades praianas da Flórida, nos Estados Unidos, pode ser mais barato do que comprar um imóvel em São Paulo.

Não por acaso, os brasileiros estão atualmente entre os maiores compradores internacionais de imóveis da região, ficando atrás apenas dos canadenses.

Dados da Florida Realtors, associação que reúne os corretores de imóveis, mostram que em 2010 os brasileiros eram 3% dos compradores internacionais do Estado; hoje, são 8%, ou quase três vezes mais.

Segundo a associação, 47% dos brasileiros adquirem imóveis para passar férias; outros 17% veem a compra como um investimento.

Compram, principalmente, apartamentos de alto padrão localizados no sul da Flórida, em Miami, Miami Beach e Palm Beach.

São unidades que têm em comum o acabamento de luxo e os serviços típicos de hotéis cinco estrelas, como o de concierge (profissional disponível para atender às solicitações dos moradores), além das amplas janelas de vidro que vão do chão ao teto.

Maioria compra imóvel para passar as férias

O principal motivo do crescente interesse dos brasileiros é o preço.

"O mercado imobiliário na Flórida é mais acessível do que o mercado brasileiro", diz John Sebree, vice-presidente de políticas públicas da associação.

Fabiola Duzoglou, diretora de marketing da Piquet Realty, imobiliária especializada na venda de imóveis de alto padrão para brasileiros nos Estados Unidos afirma que a sensação de proteção também atrai os brasileiros. "Miami oferece a segurança que muitos brasileiros procuram, além de ter certa proximidade com o Brasil e um clima ameno."

A brasileira Fabiana Pimenta, há sete anos corretora de imóveis em Miami e atualmente atuando na Fortune International, diz que na imobiliária o percentual de clientes brasileiros chega a equivaler a 25% dos estrangeiros.

"Hoje em dia atendo principalmente os brasileiros. Até os imóveis mais atrativos são vendidos com descontos de 30% a 50%", diz.

Os descontos são resultado da crise no mercado de imóveis dos Estados Unidos. Incorporadoras que não conseguiram arcar com os financiamentos que adquiriram nos bancos tiveram de dar seus imóveis às instituições como pagamento. São essas casas e apartamentos que estão sendo vendidos a bons preços agora no país.

Em setembro, o preço médio de uma casa na Flórida era de US$ 137.500 (ou R$ 239 mil). O de um apartamento era de US$ 91.100 (R$ 159 mil).

Apartamento em Miami é mais barato do que em São Paulo

Aiana Freitas
Especial para o UOL Economia, em São Paulo
 
O preço de um apartamento em Miami (EUA) pode ser mais baixo do que um similar no bairro de classe média alta do Itaim (zona oeste de São Paulo).

Levantamento informal feito pelo UOL Economia com algumas imobiliárias nos EUA e no Brasil mostrou a diferença de preços. O metro quadrado de um apartamento no edifício Mint Riverfront, em Miami, considerado de padrão médio, custa, em média, US$ 3.664, ou R$ 6.507.

Já o metro quadrado de um apartamento de alto padrão no Paramount Bay, na mesma região, com elevador privativo, sai por US$ 4.188, ou R$ 7.438.

Nos dois casos, os valores são inferiores ao cobrado, em média, pelo metro quadrado no bairro do Itaim, na zona oeste de São Paulo --que, segundo o índice Fipe-Zap de Preços de Imóveis, é de R$ 8.111.

Mesmo imóveis em áreas mais nobres têm preços atrativos.

Um apartamento no edifício Trump Towers, um dos mais procurados em Sunny Isles, com dois dormitórios e dois banheiros, e 147 m², custa a partir de US$ 790 mil (R$ 1,4 milhão). O metro quadrado é vendido, assim, a US$ 5.374, ou R$ 9.544 reais.

Em um imóvel no bairro do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, o preço do metro quadrado é de R$ 10.161, segundo o Fipe-Zap.

No Rio de Janeiro, o metro quadrado de um imóvel no Leblon chega a R$ 16.608; em Ipanema, a R$ 14.829.

Fonte: Uol - 10/11/2011

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