Paula de Paula
São Paulo - O Brasil tem enfrentado maiores problemas para manter seus níveis de exportação também por causa do endurecimento das relações com outros países, inclusive com vizinhos latino-americanos. Uma prova desta mudança é o possível fim do Acordo de Complementação Econômica (ACE) 55 com o México que o País mantém desde 2003.
Segundo analistas entrevistados pelo DCI, essa guinada de rumos é caracterizada principalmente pela mudança da abordagem das discussões externas, com maior protagonismo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em detrimento do Ministério das Relações Exteriores.
Uma série de reuniões acontece desde a última terça-feira entre representantes do governo mexicano e do brasileiro. A reportagem foi informada de que a última parte do encontro, prevista para acontecer no Itamaraty, foi transferida para o Mdic.
O Acordo de Complementação Econômica fez o comércio de automóveis subir de pouco mais de US$ 1,1 bilhão em 2002 para US$ 2,5 bilhões em 2011. Na última semana, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, afirmou que o Brasil gostaria de rever algumas cláusulas do acordo para que fique menos "desequilibrado" e que poderia usar a cláusula de saída do acordo.
Na última quarta-feira o governo mexicano lançou um comunicado em que afirma não estar disposto a renegociar.
Segundo dados da balança comercial de janeiro apurados pelo Mdic, a América Latina e o Caribe tiveram participação de 22,7% nas exportações brasileiras, sendo o México o segundo principal País de destino dentro do grupo. Nos últimos anos, os produtos mais exportados pelo Brasil para o País da América do Norte foram automóveis, materiais manufaturados e aço.
Fonte: DCI - 10/2/2012