Consumo cresceu 36% em janeiro, comparado com mesmo mês de 2011.
São consumidos 493 mil barris por dia no país, diz Paulo Roberto Costa.
Bernardo Tabak
Do G1, no Rio de Janeiro
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou nesta sexta-feira (10) que, em 2012, a estatal vai “certamente” continuar importando uma grande quantidade de gasolina para atender a demanda interna.
“A gasolina continua com o consumo muito grande. Comparando janeiro de 2012 com o mesmo mês do ano passado, o consumo de gasolina no país cresceu 36%”, ressaltou Costa.
De acordo com Costa, hoje são consumidos 493 mil barris de gasolina por dia no país. “Nós estamos produzindo 85% deste total. Uns 15% são importados”, explicou o diretor. “A importação depende do que nós temos em estoque, então (a quantidade) flutua”, complementou.
O diretor enfatizou que o principal motivo para o aumento da demanda seria pelo fato de “o consumidor estar optando pela gasolina” nos últimos meses, principalmente porque o preço do etanol não está favorável. “O Brasil vendeu, em janeiro, 250 mil carros. Podemos considerar que 90% deles são flex”, comentou.
Mais 30 mil barris por dia
Costa frisou que, ainda este ano, vai haver um aumento na produção de gasolina, porque até a metade do ano, em junho ou julho, entra em operação a unidade de coque da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada na cidade de Araucária, no Paraná. “A gente deve crescer em uns 30 mil barris de gasolina por dia. Isso vai dar uma melhorada”, comentou o diretor.
Para o diretor, a importação de gasolina só vai diminuir com a entrada em operação da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, prevista, segundo Costa, para julho de 2013. “A gente só começa a reverter o quadro quando entrar em funcionamento a refinaria de Pernambuco, que não vai produzir gasolina, mas sim diesel, GLP (gás liquefeito de petróleo) e QAV (querosene de aviação), e com isso consigo liberar outras refinarias para produzir mais gasolina”, explicou.
‘Greve não parou obras do Comperj’, diz diretor
Paulo Roberto Costa comentou ainda sobre a greve dos operários que trabalham nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado no município de Itaboraí. “São operários de alguns consórcios, não de todos. Alguns estão trabalhando, outros não. A obra não está parada”, explicou o diretor. Segundo ele, a greve começou na quinta-feira (9).
Costa, entretanto, não soube precisar quantos operários cruzaram os braços. “Hoje, no Comperj, temos uns 20 consórcios, com 15 mil trabalhadores. Não sei ao certo quantos estão parados”, disse. “Em fevereiro, ocorre a data-base dos trabalhadores, mas a Petrobras não participa dessa negociação. Quem participa são os consórcios com os empregados. Nós esperamos que eles cheguem a um bom termo na negociação”, acrescentou. O diretor afirmou que não é possível dizer se a greve vai afetar o prazo de entrega do Comperj, que está previsto para entrar em operação no final de 2014.
Fonte: G1 - 10/2/2012