18 de janeiro de 2013

Na volta do Nordeste, Dilma fará nova rodada de reuniões com empresários

# Presidenta dará uma parada nas reuniões com líderes do setor produtivo para visitar aliados a partir desta sexta-feira, mas prevê retomar conversas sobre investimentos

Nivaldo Souza - iG Brasília

A presidenta Dilma Rousseff inicia nesta sexta-feira um giro por cinco estados do Nordeste (Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí). Depois disso, entretanto, ela deverá retomar a série de reuniões com empresários com o objetivo de sondar as perspectivas de investimentos em áreas estratégicas para o Planalto.

Dilma começou o ano com uma nova estratégia para tentar garantir investimentos de grandes empresas ao longo deste ano, após ter identificado um recuo nos aportes em 2012, o que teria contribuído para o desempenho fraco do Produto Interno Bruto (PIB). O tema foi tratado diretamente com alguns dos empresários recebidos pela presidenta: Eike Batista, Jorge Gerdau, Rubens Ometto (Cosan), Murillo Ferreira (Vale), Marcelo Odebrecht (Odebrecht), Luiz Trabucco (Bradesco) e Bruno Lafont (grupo Lafarge).

Dilma tem sondado o empresariado sobre perspectivas de investimentos e gargalos que o governo possa ajudar a resolver. Nesta quinta-feira (17) foi a vez de Antônio Portela Alvares, que comanda a Insolux Corsán, gigante na construção de linhas de transmissão de energia.

O empresário foi ouvido por Dilma e pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia) no Palácio do Planalto. O governo tem enfrentado dificuldades em cumprir o cronograma das linhas necessárias para transportar a energia – hoje o maior gargalo do setor, que já prejudica a expansão do parque eólico e das novas hidrelétricas em construção.

Os encontros também têm servido de termômetro para Dilma medir a satisfação do empresariado com a economia. A presidenta tem indicado que o governo pretende dar novos estímulos à competitividade das empresas.

O formato das reuniões marca uma nova estratégia por parte do Planalto. Os encontros entre a presidenta e empresários têm ocorrido desde março passado, como parte de uma estratégia do Planalto para criar uma agenda positiva para a economia em meio à crise financeira na Europa e nos Estados Unidos. Em uma dessas demonstrações de força, Dilma reuniu 25 pesos-pesados do mundo empresarial para um encontro no qual pediu novos investimentos.

Agora, ao contrário das reuniões passadas, Dilma tem se concentrado em encontros individuais, com até uma hora e meia de duração, sempre pautados pelo questionamento por parte da presidenta sobre as perspectivas de negócios de cada empresa. Alguns dos encontros têm ocorrido a portas fechadas. Foi assim a conversa com Trabucco, do Bradesco.

Jorge Paulo Lemann, um dos controladores da AB InBev, esteve no Planalto na quarta-feira para acompanhar o professor norte-americano Salman Khan, cujo método de ensino de matemática o Ministério da Educação quer replicar por aqui. Ao final da conversa, questionado se Dilma conversou com ele sobre investimentos, o empresário desconversou. “Estamos fazendo como sempre: investindo. Nunca demos muita atenção se a economia está aquecida ou não. Continuamos investindo. Nossa visão é de longo prazo”, disse.

Lemann, contudo, reclamou da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada no País. “Estamos sentindo isso. Contratar mão de obra qualificada no Brasil está caríssimo”, afirmou.

Fonte: iG - 18/1/2013

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