Fernanda Bompan
Paula Cristina
São Paulo - O Brasil poderá rever seu plano de construção de novas usinas nucleares. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), vai propor ao presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP), a criação de uma comissão mista de deputados e senadores para analisar a situação das usinas nucleares no País ante ao acidente nuclear do Japão.
Mas não é só a matriz energética brasileira que deve sofrer alterações com a tragédia japonesa. O economista-chefe da LCA, Braulio Borges, acredita que a situação daquele país deve provocar uma desaceleração na economia mundial. No caso do Brasil, ele estima que o crescimento não passe dos 3,5% este ano.
Para o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, a entrada de investimentos estrangeiros diretos e a aquisição de títulos públicos no médio e longo prazo podem ser os primeiros a serem afetados pela crise que o Japão está enfrentando. "Como os investimentos diretos de japoneses no Brasil é de 5% e aquisição de títulos por eles é de 40%, essas entradas podem ser afetadas", diz.
Apesar das perspectivas negativas, as empresas asiáticas ligadas ao setor automotivo que atuam no Brasil seguem seus planos de expansão para 2011. A Nissan, por exemplo, pretende lançar o primeiro modelo de carro popular da marca ainda no segundo semestre, e ocupar 5% do mercado nacional até 2014. O objetivo é criar mais 50 lojas ao longo em um ano.
E a aposta no mercado brasileiro deve ser uma alternativa para as empresas japonesas, já que a situação no país está longe de se normalizar. Uma nova explosão na usina atômica de Fukushima Daichi provocou novos temores de uma catástrofe nuclear. Em Tóquio, a bolsa caiu 10,55% ontem.
Fonte: DCI - 16/3/2011