05 de dezembro de 2014

Inovação depende do engajamento do CEO, acreditam consultorias

Fonte: It Forum 365 - 04/12/2014 - 12h56

Publicado por:
DÉBORAH OLIVEIRA
Editora Adjunta de TI Corporativa

# Tema deve estar no front dos negócios e passa pelo envolvimento de diversas áreas, não só da TI

Inovar é palavra de ordem nas empresas e, em muitas delas, essa tarefa fica sob responsabilidade da área de TI. Entretanto, de acordo com as consultorias EY, Deloitte, KPMG e PwC, inovação não deve ser papel de uma única pessoa ou setor, deve permear toda a organização e ser uma cultura conduzida pelo CEO.

“O presidente é a pessoa que deve liderar a inovação e agregá-la à cultura. E a melhor forma de fazer isso é educar, reunindo pessoas de diferentes setores”, sentencia Ricardo Neves, sócio da PwC, completando que organizações com maior QI Digital são aquelas que têm seus CEOs pensando em inovação.

Durante o IT Forum Debate realizado hoje (4/12) na IT Mídia, em São Paulo, para falar sobre tendências que vingaram em 2014, os executivos das consultorias relataram que a colaboração para inovar, seja em cloud, Big Data, ou outras áreas, está mudando, mas que ainda é preciso implementar algumas quebras de paradigmas. “É necessário criar um processo estruturado para embutir o tema no dia a dia dos executivos, incluindo metas”, opina Frank Meylan, sócio da KPMG. De acordo com ele, como as mudanças no mercado acontecem de maneira bastante dinâmica, o assunto deve ser trabalhado de forma colegiada.

O executivo lembra que há dez anos, o cenário das empresas era de baixa maturidade de gerenciamento e controle de riscos e o desafio era melhorar esses pontos. A mudança, diz, veio a partir do entendimento da alta direção. Ainda hoje, quem não fizer isso, certamente estará fadado ao fracasso. “Um processo estruturado de inovação é condição de sustentabilidade.”

Ricardo Fernandez, diretor-executivo de Advisory Services da EY, concorda e acrescenta que ao inserir inovação na agenda de discussão, de forma disciplinada, geram-se ideias mais rapidamente, a partir de diferentes áreas.

Mas como agir para mudar a mentalidade da alta direção? Para Claudio Soutto, sócio de Technology Strategy & Architecture Leader da Deloitte, um ingrediente de sucesso é mostrar ações que impactem na receita, contribuam para a redução de custos e garantam eficiência de uso de ativos. Soutto conta que a Deloitte, ciente dessa necessidade, criou um programa interno de crowdsourcing para geração de ideias apoiado pelo board. Muitas das ideias surgiram de jovens talentos, conta, com base em problemas do dia a dia. “Inovação está na simplicidade”, acredita.

Papel do CIO

No processo de inovação, onde fica posicionada a figura do CIO? Na visão de Soutto, o líder de TI deve ser um grande orquestrador. “É preciso que o departamento conte com um profissional para traduzir as ações para a linguagem de negócios, mostrando os benefícios da iniciativa”, ensina.

Como exemplo, ele cita um projeto conduzido pela Deloitte em uma grande organização. Lá, o CIO identificou que o Enterprise Resource Planning (ERP) precisava de melhorias e um estudo mostrou que 60% das funcionalidades da ferramenta não eram utilizadas, gerando perda de US$ 40 milhões. “É dessa tradução que as companhias necessitam”, pontua.

Neves defende a tendência de TI Bimodal, capaz de lidar com mudanças e problemas muito rapidamente, como peça-chave da inovação e do papel do CIO. “A estratégia de sourcing de serviços de TI ajuda os líderes de tecnologia a migrar para esse modelo”, comenta.

Soutto acredita que a nova geração de profissionais pode contribuir sobremaneira para a inovação e o CIO precisa ficar de olho. “A agilidade que eles têm na resolução de problemas e desburocratização é interessante para o processo”, diz.

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