28 de outubro de 2011

Indústria financeira precisa dobrar investimentos, diz BNDES

Participação em financiamentos precisa subir 91%, para ajudar nos desafios do pré-sal, Copa e Olimpíadas

Olivia Alonso, iG São Paulo

Diante de crescentes necessidades de investimentos de longo prazo em infraestrutura no Brasil, inclusive para os projetos da Copa do Mundo, da Olimpíada e do pré-sal, os mercados de capitais precisam elevar sua participação no financiamento do País em 91%, com R$ 347 bilhões entre 2012 e 2015. Os cálculos são do BNDES e foram apresentados nesta quinta-feira por João Carlos Ferraz, vice-presidente do banco, durante o 2º Seminario Febraban/BNDES sobre Financiamento de Longo Prazo, em São Paulo.

“Para financiar a onda de investimento 2012 e 2015 seria necessário que mecanismos da indústria financeira crescessem cerca de 90% em relação ao período de 2008 a 2011,” disse Ferraz. Nos últimos quatro anos, os mercados de renda fixa e renda variável corresponderam por 18,7% dos investimentos de longo prazo, com R$ 187 bilhões, segundo dados do BNDES. Nos próximos anos, a participação teria de ser de 27,5%, o que corresponderá aos R$ 34 7 bilhões.

Para chegar a este número, o BNDES considerou que a participação dos recursos próprios de empresas no financiamento de longo prazo no Brasil será de 40%, enquanto as captações externas serão responsáveis por 12,5% do capital necessário e os recursos do próprio banco de fomento responderão por 20%.

Ferraz destaca que o BNDES, juntamente com a Febraban, a BM&FBovespa e a Anbima estão desenvolvendo projetos, que estão “firmes” para o desenvolvimento de mecanismos da indústria financeira brasileira.

Segundo ele, nesta semana representantes do BNDES, do Ministério da Fazenda e do Banco Central estiveram reunidos para avançar para operacionalizar medidas que permitam uma maior participação dos mercados de capitais no financiamento de longo prazo no Pais. “Agora temos que trabalhar para avançar em decisões travadas. Essa demora não é uma perseguição à industria financeira, mas temos um mundo de regulamentações, e é preciso perseverança e tenacidade para concentrar esforços e operacionalizar as medidas. Sabemos que precisamos renovar e ampliar agenda de recursos privados na economia,” afirmou.

Fonte: IG - 27/10/2011

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