27 de setembro de 2012

Indústria de óleo enfrenta concorrência com as exportações

Balanço da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) aponta queda do nível de processamento da soja durante este ano. Com 19,6 milhões de toneladas esmagadas entre fevereiro e agosto, o acumulado do ano está no mais baixo patamar desde 2007.

Em agosto, em relação ao mesmo período de 2012, o nível de processamento caiu 13,1%, para 2,6 milhões de toneladas.

A menor produção de óleo de soja está ligada ao volume recorde de exportação do grão (28,9 milhões de toneladas no acumulado do ano), segundo o gerente de Economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral.

"A previsão é de que, até o fim deste ano, o volume de processamento se normalizará", afirma o especialista. A associação estima processamento de 35,3 milhões de toneladas de soja na safra de 2012/2013, ante 37,2 milhões de toneladas na temporada anterior.

Operações interestaduais

Problemas de ordem tributária e logística impedem ou dificultam o transporte da soja produzida no centro-oeste para esmagamento em outras regiões do País - o que é de interesse das agroindústrias durante o planejamento das operações -, de acordo com Furlan.

"Há muita dificuldade logística para processar o grão. Ainda está distante uma infraestrutura que suporte o atual crescimento da safra brasileira", observa o economista, destacando o déficit de ferrovias entre os motivos dessa carência em transportes da produção agrícola do País.

Outra dificuldade levantada pelo especialista da Abiove é a cobrança dupla de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações interestaduais.

"Quando uma empresa destina soja a outro estado, precisa pagar ICMS antecipadamente à unidade federativa de origem. O crédito é irrecuperável - entra como custo", explica Furlan.

"Se se cobrasse o ICMS apenas no destino, o complexo de soja seria beneficiado. Seria superpositivo para as empresas, principalmente na fase de planejamento", acrescenta.

O economista destaca que, no modelo tributário atual, em relação à soja, é mais fácil exportá-la - quando não processá-la localmente. "Quando o Mato Grosso autoriza exportação direta, não paga ICMS. Mas para mandar o grão a São Paulo, tem que pagar", observa.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria / 27/9/2012

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