09 de novembro de 2012

Indicadores e abismo fiscal nos EUA dividem investidores

Marcelo Ribeiro (mribeiro@brasileconomico.com.br)

# Após divulgação de indicadores dos EUA, Ibovespa se estabeleceu em campo positivo. Números da indústria chinesa já ditavam ligeiro bom humor.
             
Bom desempenho dos dados econômicos da China e dos EUA e preocupação com deterioração econômica da Zona do Euro trazem volatilidade para as principais bolsas.

O início da sessão apresentava um panorama favorável se os indicadores chineses fossem considerados os dados mais relevantes pelos agentes globais. Entre inflação e produção industrial, os números sinalizaram que a economia da China está a ponto de engrenar a retomada tão aguardada.

A preocupação com a Zona do Euro, porém, não permitiu com que os índices de ações apresentassem alta após as recentes perdas. De acordo com André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, os dados mistos deixam o investidor aturdido.

"A perspectiva negativa com relação ao financiamento grego foi a primeira informação assimilada pelos agentes e foi suficiente para azedar o seu humor", diz Perfeito.

Nem mesmo o fato de o Parlamento grego ter aprovado a adesão de medidas de austeridade fez com que os seus credores internacionais, União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE), fechassem um acordo com o governo da Grécia. Possivelmente, o país terá que aguardar algumas semanas para receber a nova parcela de ajuda financeira.

Neste contexto, o FTSE-100, de Londres, caía 0,22%; o CAC-40, de Paris, acelerava 0,24%; e o DAX-30, de Frankfurt, recuava 0,73%.

Além disso, o banco central da França divulgou projeções, que apontam que a economia do país deve entrar em recessão técnica no quarto trimestre e permanecer sob essa condição até março de 2013.

O noticiário alemão também trouxe informações negativas para os investidores. Philipp Rösler, ministro da economia da Alemanha, teria sinalizado que o crescimento econômico do país também repercutirá novas preocupações com a crise que assola a Zona do Euro. Com isso, deve haver um enfraquecimento da economia do país entre outubro e dezembro e no primeiro trimestre de 2013.

A abertura de Wall Street e a divulgação de indicadores foram determinantes para mudar o rumo dos mercados. Por lá, a divulgação da confiança do consumidor e das vendas e estoques no atacado trouxeram fôlego às bolsas.

Mesmo assim, "os investidores permanecem atentos a maneira que o presidente Barack Obama vai enfrentar o abismo fiscal no início do ano. Essa preocupação contribuiu para o mau humor na parte da manhã", explica Perfeito.

Instantes atrás, o S&P 500 subia 0,25%, o Nasdaq avançava 0,48% e o Dow Jones crescia 0,05%.

Por aqui, o Ibovespa marcava valorização de 0,18%, aos 57.630 pontos, com giro financeiro de R$ 3,2 bilhões.

Destaques

Entre as maiores altas do índice, os papéis da MRV (MRVE3) subiam 4,27%, para R$ 10,98. Em seguida, as ações ordinárias da Vanguarda Agro (VAGR3) avançavam 2,94%, cotadas a R$ 0,35.

Do lado negativo, o papel da Cia.Hering (HGTX3) tinha a maior queda, de 3,55%, negociado a R$ 45,97, enquanto o papel da Braskem (BRKM5) caía 2,61%, cotados à R$ 14,16.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar opera com valorização de 0,49% em relação ao real, negociado a R$ 2,048 na compra e R$ 2,050 na venda.

Fonte: Brasil Econômico - 9/11/2012

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