14 de janeiro de 2013

Desafio é continuar tendo sucesso, diz Carlos Martins

Micheli Rueda (mrueda@brasileconomico.com.br)

# "Mais importante do que aquilo que acontece com você, é como você reage ao que acontece com você", diz Martins

Considerando que apenas 2% da população brasileira fala inglês fluentemente, não há espaço para uma perspectiva pessimista nos negócios do Grupo Multi.

Já se vão 25 anos desde a fundação da rede de idiomas Wizard, que daria origem ao Grupo Multi.

Sempre atento ao mercado e às novas oportunidades, Carlos Martins, presidente do grupo, detém atualmente 10 marcas de ensino profissionalizante e de idiomas, espalhadas pelo Brasil em três mil unidades, cujo faturamento é estimado em R$ 3,8 bilhões em 2012.

Em entrevista ao Brasil Ecônomico, o executivo dá dicas de como estruturar uma franquia e das perspectivas do próprio grupo.

Como o tino empreendedor de Martins não impõe limites ao seu negócio, ele não descarta fusões e aquisições no próximo ano como parte do processo de crescimento.

Quais pontos são fundamentais para se estruturar uma franquia?

Antes de abrir uma franquia, o investidor deve fazer um amplo estudo de seu mercado geográfico para saber se há mesmo demanda para o produto/serviço que quer implementar. Deve também analisar sua capacidade empreendedora, para saber se tem afinidade com o ramo de negócio que está escolhendo.

Outro ponto fundamental é conhecer as opções de marcas franqueadoras existentes no mercado, seus modelos de negócio, previsão de retorno sobre o investimento e credibilidade. Após abrir a empresa, a chave é não ficar parado esperando formar uma fila de clientes na porta do estabelecimento. A busca por clientes tem que ser diária para que o negócio tenha sucesso.

Quais características a pessoa que pretende ter uma franquia deve possuir?

Perfil de liderança, pró-atividade, capacidade de planejamento, montar um business plan projetando a lucratividade da operação, saber lidar com o público alvo e um compromisso constante de motivação, qualificação e treinamento de seus colaboradores.

Empreender no Brasil é difícil? Por quê?

A falta de infraestrutura, a burocracia da máquina administrativa, os pesados encargos tributários e trabalhistas continuam sendo um entrave para o empreendedor.

Nesse cenário, o modelo de franquias é um porto seguro para aqueles que querem investir em um negócio com mais segurança e rentabilidade.

As estatísticas mostram que as mortalidades dentro do segmento de franquias é muito menor do que em negócios que não seguem este modelo.

Quais dicas o senhor daria para quem planeja lançar o próprio negócio?

Todo empreendedor bem-sucedido é um sonhador. Porém, ele precisa aliar seu anseio empreendedor com a razão de criar uma estratégia, projetar um plano de ação, partir para a execução, avaliar as práticas saudáveis e as que precisam de ajustes, correção de rumo e finalmente comemorar os resultados alcançados.

Como lidar com o fracasso e com o sucesso nos negócios?

Descobri que todas as pessoas que chegaram ao topo primeiro passaram pelo abismo do fracasso. A diferença entre os que vencem e os que fracassam está na capacidade de cada um de saber lidar com as dificuldades do dia a dia.

Os fracassados aceitam o insucesso como algo permanente. Ao passo que os vitoriosos utilizam o insucesso como uma condição passageira e temporária, usando o momento negativo como um trampolim para atingir um patamar de conquista e realização ainda maior.

Enfim, mais importante do que aquilo que acontece com você, é como você reage ao que acontece com você.

De modo geral, quais as perspectivas do Grupo Multi para os próximos anos? Quais os objetivos da companhia?

O Grupo Multi vem crescendo historicamente a uma taxa de 20 a 30% ao ano. Acreditamos que esse ritmo deve se manter nos próximos, tanto pelo crescimento orgânico como por fusões e aquisições.

Somos um grupo expansionista e estamos sempre de olho no mercado. Se surgir uma oportunidade de negócio atrativa, iremos avaliar.

O que tem colaborado para o crescimento do Grupo Multi?

O crescimento econômico brasileiro nos últimos anos e a ascensão da classe C vêm fazendo com que as pessoas busquem cada vez mais aprender um segundo idioma.

Por causa da globalização, falar inglês não é mais diferencial, está se tornando exigência básica. As pessoas estão percebendo que quem sabe um segundo idioma consegue melhores oportunidades de trabalho e sucesso profissional.

Desde o início do Grupo Multi, a economia brasileira já passou por diversos momentos. Como superar as adversidades?

Independentemente dos momentos de crise econômica, o maior desafio de uma empresa tradicional e bem-sucedida é continuar tendo sucesso.

Por isso, temos a consciência de que a inovação tecnológica, lançamento de novos produtos e investimento na qualificação da mão de obra com foco na satisfação do cliente é essencial para manter a liderança em qualquer setor.

A demanda por cursos de idiomas tem aumentado?

Apenas 2% da população brasileira fala inglês fluentemente. Quando consideramos a abertura da economia brasileira, somada aos eventos esportivos internacionais que o Brasil sediará nos próximos anos, podemos prever que o ensino de idiomas é um setor que está em plena ascensão com tendência de crescimento pelos próximos 50 anos.

Fonte: Brasil Econômico - 11/1/2013
 

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