Fonte: Folha de S. Paulo - 2/4/2014 - 3h00
Coluna Mercado Aberto
Com R$ 600 milhões, a CMO Construção e Montagem Offshore vai instalar um estaleiro de plataformas de petróleo em São Francisco do Sul (cerca de 190 quilômetros ao norte de Florianópolis).
A empresa, no entanto, ainda não tem nenhum contrato fechado de venda. "É um projeto que consideramos viável e vamos participar de licitações enquanto o instalarmos", diz José Pedro Mota, diretor da companhia.
Para o executivo, a situação da Petrobras não prejudicará o empreendimento.
"Temos petróleo no país e vamos precisar explorá-lo de algum jeito", afirma.
O estaleiro terá capacidade para produzir cerca de 15 módulos de plataforma por ano –cada um deverá custar entre US$ 25 milhões e US$ 35 milhões.
O cronograma prevê que as obras comecem em 2015 e durem 12 meses. A empresa estima faturar R$ 1 bilhão por ano após o início das operações.
Inicialmente, o projeto seria desenvolvido em Pernambuco, mas o solo da região do porto de Suape não foi considerado adequado pelos estudos, segundo Mota.
"Desde o ano passado, estávamos procurando uma alternativa", diz.
Quase 85% dos recursos serão financiados pelo Fundo de Marinha Mercante.
O governo de Santa Catarina entrará com um investimento de R$ 10 milhões em obras viárias que conectarão o estaleiro à rodovia, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Bornhausen.
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Raízen compra distribuidora no Sul e incorpora 220 postos
A Raízen, joint venture formada entre Shell e Cosan, fechou a compra integral da distribuidora de combustíveis Latina, que opera na região Sul do país. O valor do negócio não foi informado.
As duas empresas haviam formalizado um acordo no final de 2013 e a operação foi concluída ontem, quando a Raízen assumiu o controle da companhia gaúcha.
Com a aquisição, 220 postos serão incorporados à rede Shell. Do total, 74% estão no Rio Grande do Sul e o restante nos Estados do Paraná e de Santa Catarina.
Juntos, os pontos de venda comercializam aproximadamente 300 milhões de litros de combustíveis por ano. A Raízen, por sua vez, vende cerca de 22 bilhões de litros em mesmo período.
"A troca de bandeiras da Latina para a Shell ocorrerá em um intervalo de 12 a 18 meses", afirma Teofilo Lacroze, vice-presidente de vendas e engenharia da Raízen.
A região Sul é onde a companhia tem a menor participação de mercado no país, de acordo com o executivo. Por isso, a compra foi estratégica, segundo ele.
"O grupo cresce no Brasil a um ritmo de 500 postos por ano [de forma pulverizada], um a um. Com esse negócio, conseguimos uma expansão robusta de uma só vez."
A aquisição inclui uma central de distribuição em Ijuí (a 400 km de Porto Alegre).
"É um terminal de médio porte que, pela localização no interior do Rio Grande do Sul, será muito importante para completar a infraestrutura logística que a companhia tem na região."
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Mobilidade da luz
A Phillips, que também participará do seminário holandês, estuda a possibilidade de fazer novos investimentos no país, diz o presidente da empresa na América Latina, Henk de Jong.
A expansão, porém, depende do resultado da licitação da Prefeitura de São Paulo para a parceria público-privada que vai transferir a iluminação da cidade para o setor privado.
A empresa holandesa, que entrará com as luminárias, associou-se à AES Serviços na concorrência que envolve bilhões. "Não temos um valor exato e nem decidimos em que investiremos porque não sabemos o que a Prefeitura vai querer. Uma iluminação melhor, porém, reduz acidentes."
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Herança holandesa
Executivos de companhias holandesas participam amanhã de um seminário para debater e fazer parcerias com empresas e especialistas brasileiros em soluções de mobilidade e sustentabilidade em grandes centros.
Companhias como Philips, TomTom, Imtech, Dutch Cycling Embassy e TNO, entre outras empresas, estarão representadas no Museu do Futebol, em São Paulo.
O objetivo é deixar um legado às cidades por onde a seleção holandesa passará durante a primeira fase da Copa e se prosseguir na competição, afirma o embaixador Kess Rade, da Holanda.
A embaixada elegeu as cidades em que a seleção jogará –São Paulo, Porto Alegre e Salvador–, além do Rio, onde vai treinar, e de Belo Horizonte "–se continuarmos um pouco mais no Mundial", diz.
"Temos experiência e tecnologia que planeja a integração de todos esses meios. Exemplos, são semáforos inteligentes que percebem a intensidade do trânsito e se ajustam a ele e programas que organizam o trânsito, entre outras iniciativas."
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Primeiro emprego
A contratação de aprendizes por empresas parceiras do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) cresceu 23,65% no ano passado, na comparação com 2012.
O ano terminou com 50.908 jovens admitidos para formação profissional por meio do programa Jovem Aprendiz.
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Sem ovo da Páscoa
As vendas a prazo na semana de Páscoa devem crescer 3,5%, em relação ao mesmo período do ano anterior, projetam a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).
Caso se confirme, o resultado será o mais fraco do período nos últimos cinco anos.
"A queda no índice de confiança do consumidor e a inflação e os juros em alta, que corroem o orçamento das famílias, são alguns motivos para o ritmo mais fraco", diz Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.
"A Páscoa é a quarta data comemorativa mais importante para o varejo."
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI