Marcos Sakamoto - Presidente da Associação das Empresas de TI (Assespro-SP)
O ano de 2011 foi marcado por grandes crises econômicas, principalmente na Europa. Neste ano, os brasileiros sentiram que o país deve passar por um processo de reestruturação, principalmente na política, para crescer, desenvolver e concorrer fortemente com os demais players globais.
No setor de Tecnologia da Informação (TI), especificamente, um novo cenário está formado e os investimentos ganham espaço.
O segmento foi marcado por otimismo, com anúncios de abertura de novas indústrias e empresas que se instalam em território nacional, grandes investimentos e promessas, como o início da produção de iPhones e tablets, a expansão das redes de telefonia móvel e a popularização da internet banda larga, com o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Estes últimos devem ser prioridade do setor até 2013 para a cobertura e transmissão dos megaeventos previstos para ocorrerem no país.
Neste ano, o setor de TI foi contemplado também com o anúncio do conjunto de medidas que constituem a nova Política de Desenvolvimento Produtivo, ou política industrial, para o período de 2011 a 2014, e lançada pelo governo federal sob a marca de Brasil Maior.
A nova política industrial trouxe importantes avanços e muitos pontos de atenção. Um dos aspectos principais é a desoneração da folha de pagamento para segmentos específicos, incluindo o setor de TI.
As empresas do segmento deixarão de recolher 20% sobre a folha de pagamento e passarão a recolher 2,5% sobre o valor total de faturamento. A desoneração ajudou a aumentar o número de contratos CLT, diminuindo a informalidade.
No que se refere às áreas de pesquisas, inovação e desenvolvimento para o setor, foi divulgado um aumento dos recursos direcionados à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve repassar à entidade R$ 2 bilhões para ampliação do financiamento à inovação.
Para 2012, observamos que as empresas de serviços de TI tendem a crescer e aumentar os investimentos em modernização.
Os grandes eventos mundiais, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, incentivam o crescimento e desenvolvimento do setor.
As empresas, por sua vez, devem ficar atentas às oportunidades de expansão para maior competitividade no mercado. Estão previstas mais parcerias empresariais, fusões e aquisições, como a recente compra da LCD Sony pela Samsung.
Essas estratégias têm evidenciado uma forte demanda do mercado em busca de inovação, com novos serviços e produtos e as micro, pequenas e médias empresas devem aproveitar a oportunidade para apresentar soluções e ferramentas diferenciadas.
Este processo tende a ser contínuo, com investimentos específicos, contribuindo para o fortalecimento e crescimento do mercado brasileiro.
Definitivamente, o ano de 2012 será de alta movimentação, refletindo um Brasil que, segundo especialistas do Centro para Pesquisa Econômicas e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês), já é a sexta maior economia do mundo, superando grandes mercados mundiais, como Reino Unido e Itália.
Mas nos dias de hoje não basta estar grande, o país deve estar preparado para o crescimento e desenvolvimento desejado.
Esperamos que o desempenho dos setores econômicos esteja alinhado com as expectativas positivas que se desenham e que sejam enfrentados os gargalos de infraestrutura que restringem o crescimento.
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Marcos Sakamoto é presidente da Associação das Empresas de TI (Assespro-SP)
Fonte: Brasil Econômico - 13/1/2012