Fonte: Uol - 1.º/7/2013 - 13h06
Do UOL, em São Paulo
A paralisação de caminhoneiros ligados ao Movimento União Brasil Caminhoneiro (Mubc), que teve início na manhã desta segunda-feira (1º) em diversas cidades do país, bloqueia os dois acessos ao porto de Santos. Caminhões que passaram pelo Sistema Anchieta-Imigrantes antes da paralisação ter início aderiram ao movimento ao chegar Reta da Alemoa, que dá acesso à margem direita do Porto de Santos. Os veículos fazem fila dupla por cerca de 1 km, extensão da via. Já a rua do Adubo, que dá acesso à margem esquerda do porto, no Guarujá, está vazia, com acesso também bloqueado.
De acordo com a Codesp, que administra o Porto de Santos, o bloqueio ainda não afeta a operação de carga e de descarga no porto, já que o abastecimento dos armazéns é feito com dias de antecedência. Se a paralisação persistir por mais dias, porém, poderá interferir na carga de navios que se abastecem no porto de Santos.
As manifestações também interrompem, nos dois sentidos, a rodovia Castello Branco, em São Paulo, na altura do km 30, em Itapevi. Apenas uma via está liberada para tráfego de motoristas. No sentido São Paulo há lentidão do km 32 ao 30. Quem segue para o interior encontra lentidão do km 24 ao 30.
A CCR Via Oeste, concessionária que administra a via, indica aos motoristas que utilizem desvio no km 32 para seguir à capital paulista e no km 19 para seguir no sentido interior.
A rodovia Anchieta tem duas faixas bloqueadas no sentido litoral, com carretas atravessadas nas pistas. Os motoristas enfrentam lentidão para passar pela única pista livre, com congestionamento entre os km 21 e 23, em São Bernardo do Campo. No sentido São Paulo há trânsito intenso, mas sem pontos de parada.
A rodovia Cônego Domênico Rangoni tem trânsito bloqueado na altura do km 250, na região de Cubatão, em ambos os sentidos, onde cerca de cem manifestantes permanecem no local. Há lentidão entre o km 249 e o 250. No sentido Guarujá o bloqueio está no km 250. Motoristas trafegam pela faixa da esquerda com lentidão entre o 251 e o 249. As informações são da Ecovias, concessionária que administra a rodovia.
O Rodoanel chegou a ser bloqueado na região de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo) por um grupo de manifestantes da cidade que interromperam o tráfego de veículos no km 45, no sentido Mauá. De acordo com a rádio Sul América Trânsito, por volta das 12h50, a via se encontrava sem interdição em nenhum dos sentidos. Havia lentidão, porém, para quem seguia para Mauá, do km 36 ao 46.
Tarifa de pedágio motiva protesto no interior de SP
Na região de Campinas também ocorrem protestos. Estes, porém, contra tarifas de pedágios. Um grupo de cerca de 120 pessoas bloqueia a rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), que liga Campinas a Mogi Guaçu.
Formado principalmente por moradores de Cosmópolis (a 135 km de São Paulo), o protesto tem como reivindicação a isenção da tarifa do pedágio do km 135, entre as cidades Cosmópolis e Paulínia --atualmente em R$ 6,20--, para quem mora na cidade.
Minas Gerais também tem rodovias fechadas
Caminhoneiros fecham também a rodovia Fernão Dias, em Igarapé (MG). O protesto gera três quilômetros de congestionamento no sentido São Paulo e dois quilômetros no sentido Belo Horizonte. Na capital mineira, a estrada tem retenção de um quilômetro, como reflexo do bloqueio.
A BR-381 também está fechada, na altura do km 359, em João Monlevade (MG). Há bloqueios também em trechos das cidades mineiras de João Monlevade, Carmópolis de Minas e Antônio Dias.
Manifestantes impedem caminhoneiros de passar em rodovias no ES
De acordo com a Polícia Rodoviária do Espírito Santo, manifestantes impedem caminhoneiros de seguir viagem em pelo menos duas rodovias do Estado. A BR-262 está bloqueada no km 9,5, na cidade de Viana, onde passam apenas carros de passeio, ônibus e ambulâncias. O mesmo ocorre na BR-101, no km 392, em Rio Novo do Sul. No km 60 também da BR-101, em São Mateus, moradores das proximidades interditam a via parcialmente.
No Rio, caminhoneiros permanecem em acostamento
No Rio de Janeiro, a BR-040, no km 61, na região serrana do Estado, chegou a ter o trânsito bloqueado em função da manifestação de caminhoneiros, mas foi liberado após negociação com a Polícia Rodoviária.
De acordo com a corporação, por volta das 11h a pista já tinha fluidez nos dois sentidos e os caminhões permaneciam no acostamento no sentido capital, com previsão de deixar o local ao meio-dia.
Recife e Manaus têm paralisações de ônibus
Trabalhadores do transporte público de Recife e Manaus entraram em greve nesta segunda-feira (1º).
No Recife eles reivindicam um aumento salarial de 33%. Ao todo, cerca de 1,6 milhão de pessoas devem ser afetadas pela paralisação. Terminais de ônibus na cidade estão lotados nesta manhã e as regiões mais afetadas são a oeste e a norte, que não contam com metrô.
Em Manaus, funcionários da empresa Global Transportes reivindicam a atualização do FGTS e INSS que, segundo eles, não vinha sendo debitado pela companhia.
Paralisações de caminhoneiros devem seguir até quinta
A Mubc promete paralisações até a quinta-feira desta semana e recomenda a todos os caminhoneiros que não programem viagens para o período de paralisação. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) divulgou, em nota, que não apoia o movimento grevista.
Na manhã desta segunda-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que conseguiu uma liminar neste domingo que impede a entidade de realizar manifestações que interrompam o tráfego nas rodovias federais. De acordo com a AGU, a decisão vale para todo o Brasil e se for descumprida será cobrada multa de R$ 10 mil por hora.
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O QUE PEDEM OS CAMINHONEIROS
O Movimento União Brasil Caminhoneiro pede subsídio ao preço do óleo diesel e isenção do pagamento de pedágio pela categoria em todas rodovias do país. Também reivindica a criação de uma secretaria do transporte rodoviário de cargas, subordinada diretamente à Presidência da República, e a provação de um projeto de lei -- em tramitação no Congresso -- que aprimora a Lei do Motorista.