# Pela pesquisa, o Big Mac brasileiro, que custa R$ 11,25, está cotado a US$ 5,64 pela taxa de câmbio de quarta-feira (30). Esse preço é 29,2% mais alto que nos Estados Unidos
iG São Paulo
Uma nova pesquisa da revista britânica The Economist mostra que, com o real sobrevalorizado, o Brasil tem o quinto Big Mac mais caro do mundo.
O sanduíche feito no McDonad's brasileiro, que custa R$ 11,25, está cotado a US$ 5,64 pela taxa de câmbio de quarta-feira (30). Esse preço é 29,2% mais alto que nos Estados Unidos, onde o lanche com dois hambúrgueres custa US$ 4,37.
Em julho, a sobrevalorização do real era menor e a diferença entre o lanche brasileiro e o americano era de 14%. Um ano atrás, em janeiro de 2012, a moeda estava 35,3% sobrevalorizada.
Na liderança do ranking está a Venezuela, que congelou as cotações do bolívar fuerte há alguns anos. Pelo Big Mac vendido em Caracas (US$ 9,08), o índice mostra que a divisa está 107,9% sobrevalorizada em relação ao dólar. Em seguida, aparecem três países conhecidos por serem caros na Europa: Noruega (US$ 7,84, sobrevalorização de 79,5%), Suécia (US$ 7,62, +74,5%) e Suíça (US$ 7,12, +63,1%). Entre os demais mercados, o Canadá tem sobrevalorização de 23,5% e a zona do euro, 11,7%.
Veja o ranking de preços
1) Venezuela = US$ 9,08
2) Noruega = US$ 7,84
3) Suécia = US$ 7,62
4) Suíça = US$ 7,12
5) Brasil = US$ 5,64
6) Uruguai = US$ 5,45
7) Canadá = US$ 5,39
8) Dinamarca = US$ 5,18
9) Austrália = US$ 4,90
10) Zona do Euro = US$ 4,88
11) Colômbia = US$ 4,85
12) Turquia = US$ 4,78
13) Costa Rica = US$ 4,39
14) Estados Unidos = US$ 4,37
38) China = US$ 2,57
O sanduíche e a "guerra cambial"
"A força contínua do real é uma grande fonte de irritação para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi o primeiro a proclamar a expressão 'guerra cambial' em 2010", diz a revista Economist, que chega esta quinta-feira às bancas e publica o resultado da nova pesquisa. "O Brasil lutou contra isso com a adoção de controles de capital na forma de impostos sobre a compra de títulos por estrangeiros, mas a moeda continua sobrevalorizada", diz o texto. "Em dezembro, o Brasil registrou um déficit recorde em conta corrente com a queda das exportações, o que contribuiu para a queda das perspectivas de crescimento da economia."
Emergentes
Na outra ponta, os grandes emergentes aparecem todos com desvalorização da moeda: México (subvalorizado em 33,5%), China (-41,1%), Rússia (-44,4%) e Índia, o país com a moeda mais subvalorizada da pesquisa, com valor 61,8% menor que o praticado nos EUA. O Japão, que recentemente declarou sua entrada na guerra cambial, tem o sanduíche 19,5% mais barato que na sede do McDonald's.
A partir da ideia de que o McDonald's se esforça para produzir sanduíches idênticos ao redor do planeta, com os mesmos ingredientes e métodos, a revista britânica usa o preço do item mais conhecido do cardápio, o Big Mac, para avaliar a taxa de câmbio pelo mundo. Para isso, compara os preços em dólar de cada mercado com o praticado na sede da lanchonete, os Estados Unidos.
Críticas ao índice
Alguns economistas criticam o ranking e dizem que é de se esperar que o sanduíche custe menos nos países mais pobres, porque a mão de obra é mais barata nesses locais. Diante dessa avaliação, a revista também ponderou o índice Big Mac pelo Produto Interno Bruto (PIB) produzido por pessoa. Ou seja, pela capacidade de geração de riqueza de cada habitante de cada país.
Nesse caso, o ranking fica ainda pior para os desejos do governo federal, que gostaria de uma moeda mais fraca. Ajustado pelo PIB per capita, o real fica 92,3% sobrevalorizado em relação ao dólar e aparece simplesmente como a moeda mais valorizada do mundo.
Fonte: iG - 31/1/2013