Érica Polo (epolo@brasileconomico.com.br)
# Única das operações da empresa a construir trens de aço inoxidável, filial entrega 1ª composição em outubro.
Quando o primeiro metrô da cidade de Chennai - uma das cinco maiores da Índia -, for inaugurado em 2014, haverá também comemoração brasileira.
É que os trens serão construídos com a tecnologia da Alstom Brasil, a única operação da companhia em todo o mundo que fabrica trens de aço inoxidável - a escolha do cliente local.
"O projeto é muito importante para a operação brasileira. Além de agregar à receita, mostra que a imagem do Brasil se reforça como uma potência global", diz Marco Contin, diretor do setor de Transportes da subsidiária.
O projeto é hoje um dos principais da carteira de pedidos da Alstom transportes no Brasil, junto com a fabricação dos trens do Expresso Leste, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e de reformas de vagões de metrôs.
O valor da carteira de pedidos da unidade não foi revelada, mas Contin afirma que o total de encomendas que a Alstom transportes Brasil tem hoje pode sustentar a subsidiária por cerca de três anos.
Além de exportar os nove primeiros trens do contrato com os parceiros do Brics, de um total de 42 unidades, os brasileiros também estão ‘formando' toda a equipe da primeira fábrica de transportes da Alstom Índia.
A unidade está sendo construída a alguns quilômetros de Chennai e ficará pronta em meados de outubro deste ano. A transferência de tecnologia, no entanto, teve início há mais de um ano, logo após a operação indiana ter vencido a licitação.
A lista de concorrentes da companhia naquele país soma potências como Siemens e Bombardier, além das empresas locais.
€ 40 milhões
Mesmo sem revelar o total da carteira de pedidos da unidade no Brasil, o executivo diz que a parte que cabe ao país no contrato com os indianos soma € 40 milhões.
O restante da receita do negócio, que tem valor total de € 234 milhões, será destinado à operação na Índia, responsável por construir 33 dos trens, sob a supervisão de brasileiros ao longo do próximo ano.
"No último ano recebemos muitos funcionários de lá para treinamentos. Quando a unidade estrear, o fluxo será contrário", diz Contin. Ele ressalta que essa foi a primeira licitação da área de transportes vencida pela Alstom naquele país.
Outros projetos no Brasil
Enquanto esses projetos caminham, a operação brasileira também aguarda ansiosamente pela abertura de licitações do Veículo Leve sobre Trilhos (conhecido como VLT) ainda para 2012.
As cidades do Rio de Janeiro, Cuiabá, Goiânia e Santos formam a lista de cidades que devem liderar esse movimento. Ao vencer processos de concorrência, diz Contin, a tecnologia virá da Europa.
"O VLT é feito de alumínio e aí o movimento será contrário. Os europeus nos trarão expertise". Somando outras divisões de negócios, como energia, a Alstom recebeu € 22 bilhões em pedidos em 2011.
Fonte: Brasil Econômico - 13/7/2012