13 de março de 2013

AIE corta previsão para demanda de petróleo, mas oferta deve ser maior

Desde janeiro, a AIE cortou em 200 mil barris por dia sua projeção para a demanda de petróleo em 2013

A Agência Internacional de Energia (AIE) continuou a reduzir suas previsões para a demanda mundial do petróleo, enquanto elevou suas previsões para o crescimento da oferta neste ano. Desde janeiro, o órgão cortou em 200 mil barris por dia sua projeção para a demanda de petróleo em 2013 e aumentou em 200 mil barris por dia sua previsão para o crescimento da oferta de países que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

"A taxa de crescimento moderada da demanda de petróleo parece cada vez mais enraizada diante dos preços elevados do petróleo e do crescimento econômico fraco", disse a AIE.

Em seu relatório mensal observado de perto no mercado de petróleo, a agência, que representa os interesses dos maiores países ricos consumidores de energia, estimou que a demanda de petróleo crescerá em somente 820 mil barris por dia neste ano, para 90,6 milhões de barris por dia, enquanto a oferta de países que não fazem parte da Opep aumentará em 1,1 milhão de barris por dia, para 54,5 milhões de barris por dia.

O bom do petróleo de xisto nos EUA contribuiu para um forte aumento na oferta de países que não participam da Opep e a AIE afirmou também que há perspectivas de que cerca de 200 mil barris por dia de petróleo poderão retornar ao mercado até o fim do ano, se o Sudão do Sul retomar as exportações.

A agência afirmou que suas previsões mais pessimistas do que a de muitos outros observadores do mercado. A Administração de Informação de Energia dos EUA projeta crescimento da demanda em pouco mais de 1 milhão de barris por dia.

A AIE disse que continua cautelosa sobre o crescimento da demanda devido a uma série de desdobramentos econômicos negativos, incluindo os cortes automáticos de gastos no orçamento dos EUA, a piora do sentimento das empresas na China e a contínua deterioração do emprego na Europa.

No entanto, a agência destacou também os riscos que o mercado continua a enfrentar após a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no início deste mês, elevando as questões sobre o futuro da indústria do petróleo do país que tem enfrentando há tempos subinvestimento e envelhecimento da infraestrutura.

"Isso não é uma receita para a política petrolífera clara, estável e previsível e muito menos para a oferta", disse a AIE, acrescentando que "os maiores desafios ainda podem estar à frente."

Essa incerteza ocorre em meio à atual instabilidade em muitos países produtores de petróleo. O fornecimento da Líbia deverá cair neste mês, após confrontos entre milícias locais forçarem o fechamento de vários campos, enquanto as elevadas incidências de roubo de petróleo em um oleoduto na Nigéria também deverão afetar as exportações maior produtor de petróleo da África Ocidental em março. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Estadão / 13/3/2013

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