18 de junho de 2012

Abilio Diniz agora terá de discutir relação com Lily Safra

Regiane de Oliveira (roliveira@brasileconomico.com.br)
 
# Não faltam conflitos na trajetória de vida do empresário Abilio Diniz, sócio do Pão de Açúcar
           
# Em meio a contenda com o Casino, empresário enfrenta processo de arbitragem com ex-dona do Ponto Frio.

Abilio Diniz, sócio do Grupo Pão de Açúcar, costuma dizer que se há um caminho a ser seguido na vida é o da busca pela felicidade.

As ferramentas para isso são fruto de sua experiência pessoal e estão divididas em seis pilares - alimentação equilibrada, exercícios físicos, amor, fé, autoconhecimento e uma vida sem tensão. O problema é que tensão é que não falta em sua vida ultimamente.

Às vésperas de entregar o comando da maior rede de varejo do país para o sócio francês Casino, no dia 22 deste mês, Diniz passa por uma espécie de inferno astral, onde vários fatores colidiram para tirar seu equilíbrio.

Em 2010, a família Klein, dona da Casas Bahia, contestou o contrato feito para a associação da rede de eletroeletrônicos com o Ponto Frio, então recém adquirido pelo Pão de Açúcar.

Diniz mal havia se recuperado dessa pendência e acabou se desentendendo com Jean Naouri, dono do Casino, que o acusa de ter arquitetado a compra da rede Carrefour no Brasil, sem o seu consentimento.

Pois agora é Lily Safra, ex-proprietária do Ponto Frio, quem decidiu contestar o contrato feito com o Pão de Açúcar.

O momento não poderia ser pior. Diniz já enfrenta dois processos na Câmara Internacional do Comércio, pedidos por Jean Naouri.

E agora terá de dar conta das reclamações de Lily Safra, que vendeu ao Pão de Açúcar 86.962.965 ações ordinárias da Globex (Ponto Frio), que equivalem a 70% da companhia de eletroeletrônicos, em 8 de junho de 2009.

O Grupo Pão de Açúcar foi notificado pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) na quinta-feira passada sobre pedido de instauração de arbitragem pela Morzan Empreendimentos, empresa que representa Lily Safra.

O processo corre em sigilo de justiça e a rede varejista informou apenas que o pedido é improcedente. "O Grupo Pão de Açúcar esclarece que as cláusulas do acordo entre as empresas foram cumpridas e que não há qualquer questão pendente ou ainda a ser discutida entre as partes", afirmou a companhia em comunicado à imprensa.

No entanto, segundo apurou o Brasil Econômico, Lily Safra contesta exatamente o pagamento feito. Do valor total da operação de R$ 824,5 milhões, 45,3% foi pago à vista. O restante foi negociado: a empresária poderia optar em receber em quatro anos, corrigido, ou em ações do Pão de Açúcar, com prêmio de 10%.

A opção foi pelos papeis da empresa, que estavam sendo negociados a cerca de R$ 36 cada um. O valor fechado foi de R$ 40, segundo explicou um executivo que acompanha as negociações.

"Foram emitidas ações específicas com este valor", disse ele. A questão é que os papeis da companhia mais que dobraram neste período, atingindo um valor de R$ 77 cada um. E Lily Safra quer a diferença de volta.

Fonte: Brasil Econômico - 18/6/2012

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