Fonte: Departamento de Comunicação da ACS
Nos meses de junho e julho, o tempo continuará seco nas principais áreas produtoras de café entre o Paraná, São Paulo e também Minas Gerais, um cenário que favorece a colheita e a secagem dos grãos. Entretanto, antes do término do período seco, novos episódios de chuva devem aparecer e pedem atenção. A informação é do meteorologista César Oliveira, da Somar Meteorologia, que deu palestra sobre "O que esperar do inverno para a safra de Café 2019 ?” na Associação Comercial de Santos (ACS).
A iniciativa de mostrar o panorama no cenário cafeeiro partiu do coordenador da Câmara Setorial de Exportadores de Café, Moacir Soares. "Quando há colheita é importante termos uma previsão de chuva. E no inverno é esperado ter um tempo mais seco para se ter uma melhor qualidade do café. Então, para nó do setor, esta previsão é fundamental para sabermos e definirmos o nosso método de trabalho” .
Um dos pontos levantados pelo meteorologista é a variabilidade nos próximos meses. "Iremos registrar alternância entre períodos secos e úmidos até o verão 2020. Isso quer dizer, não é porque estamos prevendo uma seca, que não podemos passar por um período intenso de chuva forte. É preciso ter cautela".
Ainda de acordo com Celso Oliveira, o fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico, provoca esse tipo de variabilidade. "O El Niño deste ano é fraco, o que não traz tanta preocupação. Porém se fosse forte, nós só teríamos chuvas persistentes e isso iria pedir uma certa atenção" .
Com término do efeito El Niño durante a primavera, a chuva deve avançar pelo Brasil de forma mais linear especialmente a partir de novembro. "Se mantivéssemos o El Niño, mesmo que fraco, a consolidação da precipitação demoraria mais a acontecer. Mas, recomenda-se atenção a um possível período mais seco e quente entre o fim de setembro e início de outubro, o que não é muito bom para o setor".
Colheita em 2020
Apesar do término do fenômeno El Niño até o fim de 2019, previsões mais estendidas indicam repique no aquecimento em meados de 2020. “É um cenário que pode mudar. Mas há risco de um período de colheita úmida no ano que vem, sobretudo a partir da segunda quinzena de maio”.