Fonte: Departamento de Comunicação da ACS
Quatro painéis foram abordados no Porto & Mar - Seminário A Tribuna para o Desenvolvimento do Porto de Santos, nesta terça-feira (25), que teve o apoio da Associação Comercial de Santos (ACS).
No primeiro painel, que tratou o modelo de gestão do porto e a nova configuração da autoridade portuária, o diretor de Novas Outorgas e Políticas Regulatórias do Ministério da Infraestrutura, Fábio Lavor, defendeu a descentralização de competências no Porto de Santos e a maior ampliação do setor privado.
"O Governo Federal não tem um modelo pronto e não está trazendo para Santos um solução acabada porque a gente sabe que isso foi feito antes e deu problema. O que a gente quer é construir um desenho de qual a melhor solução e qual o melhor formato de trabalho. Isso deve ser realizado junto à autoridade portuária, aos arrendatários e à comunidade portuária de Santos”.
Além de Fábio Lavor Teixeira, participaram deste painel, a chefe de gabinete da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) Jacqueline Wendpap , o consultor da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut) Willen Mantelli, o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, a representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Logística Fernanda Costa e Silva e o professor da Fundação D. Cabral, Carlos Braga.
Em contramão ao que todas autoridades falam sobre a privatização, o presidente da Fenop, Sergio Aquino, defendeu a administração pública junto ao fortalecimento do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). "Falam de modelos no exterior, como o da Inglaterra e da Nova Zelândia para defender a privatização. Mas, lá, eles fecharam portos públicos e permitiram somente portos privados sem a influência de política partidária. Os países competitivos consideram o porto como um dos principais instrumentos de política, mas nunca permitem que se tenha política partidária. E como isso é feito? Por meio de legislações que garantam isso para que a gente não corra flutuações como ocorrem no Brasil".
Aquino ressaltou ainda a necessidade do Governo garantir, de forma legal, a profissionalização das diretorias das administrações portuárias. “A nossa visão é de que precisamos debater a questão com profundidade, precisamos analisar como o mundo faz e devemos evitar os jeitinhos brasileiros”.
Tecnologia
No segundo painel foi abordado o tema da Inovação Tecnológica no Porto. Participaram o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, o representante da Paragon Decision Science Gustavo Telles, o CEO da Santos Brasil, Antonio Carlos Sepulveda, a gerente de Tecnologia da Informação da BTP, Fabiana Alencar, e a customer success manager da Cargosna do Brasil, Sofia Melinkoff.
De acordo com o presidente da Codesp, é necessário tratar do futuro da mão de obra do setor portuário. “Há muito sistema arcaico na Codesp. Eles precisam trocar dados entre eles. Além disso, precisamos discutir ofícios e habilidades para se adaptar ao Porto 4.0. Não adianta contratar milhares de profissionais, se estamos automatizando esse processo. Mas, temos que ver o lado das pessoas também. Não é porque o sistema será informatizado, que não vamos cuidar das pessoas. Se elas não tiverem capacidade de desenvolvimento, a gente não terá resultado".
Uma outra questão levantada por Tercio foi a parceria com universidades para estudar um melhor mecanismo para a implantação da incubadora. “A criação de empresas chamadas start ups, que aparecem com soluções tecnológicas justamente para resolver problemas pontuais e futuros, ganham importância neste cenário do Porto de Santos”.
O presidente da Codesp anunciou também a abertura de um prédio comercial na China, em Xangai, daqui a alguns dias, em uma parceria inédita.
Ligação entre as margens do Porto
A ligação seca entre as duas margens do Porto foi tema do terceiro painel. Participaram da discussão Danilo de Morais Vera, diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp); Jesualdo Conceição da Silva, diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP); Guilherme Penin, diretor para Assuntos Regulatórios e Institucionais da Rumo Logística; Paulo Oda, assessor da Secretaria Estadual de Logística e Transportes e Presidente da Companhia Docas de São Sebastião; e Jacqueline Wendpap, chefe de gabinete do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
A concessão do canal aquaviário do Porto de Santos foi um dos temas abordados pelo diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação de Codesp, Danilo de Morais Veras. “A gente não está olhando mais o Porto de Santos como um porto que deve ser subsidiado pelo orçamento público e que deva funcionar por espasmos de investimento. Ao contrário. A ideia é trazer a iniciativa privada, trazer investimentos, ampliar a transparência, aumentar os níveis de compliance e com isso aumentar a demanda do País e ser um porto mais eficiente”.
Comércio Exterior
O quarto e último painel falou sobre o acordo de facilitação do comércio e os impactos nos portos. Participaram da discussão Alexandre Zambrano, auditor fiscal da Receita Federal e gerente do Programa Portal Único de Comércio Exterior; Casemiro Tércio Carvalho, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp); Nivio Peres dos Santos, presidente da Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros (Feaduaneiros); Angelino Caputo e Oliveira, diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos
Alfandegados (ABTRA); e Vladimir Guilhamat, diretor titular adjunto do Derex – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Um dos pontos abordados pelo auditor-fiscal da Receita Federal e gerente do Portal Único de Comércio Exterior, Alexandre Zambrano, foram os ganhos de agilidade e simplificação de procedimentos com a implantação do Portal Único do Comércio Exterior. “ O novo processo de unificação está quase implantado. O que temos pela frente agora é o grande desafio do novo processo de importação. A declaração única de importação, que está em desenvolvimento, já iniciou o seu projeto piloto em 1º de outubro do ano passado, e ela vai iniciar uma franca expansão a partir do início de 2020. Isso sem dúvida irá trazer muita agilidade e redução de custos para os operadores.