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A Tribuna, 19/2/2012, domingo, página C-1, Economia
Projeto aguarda recursos do Estado e do Governo Federal; sede da instituição contará com laboratórios patrocinados pela Petrobras
Exclusivo
LUCAS KREMPEL
DA REDAÇÃO
O projeto para a construção do prédio da Fundação Parque Tecnológico de Santos começa a ganhar corpo. Revelada, com exclusividade para A Tribuna, pelo prefeito João Paulo Papa, a obra está orçada em R$ 23 milhões e o local escolhido é um espaço livre do Centro de Atividades Integradas de Santos (Cais), antigo Colégio Santista, na esquina das ruas Henrique Porchat e Constituição.
O prazo para o início das obras não está definido. Segundo Papa, a fundação precisa finalizar algumas etapas, ainda no mês de março, como a aquisição de um CNPJ, que dará personalidade jurídica à instituição e o credenciamento definitivo junto ao Governo estadual e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
De acordo com o prefeito, R$ 10 milhões já estão garantidos pelo Governo de São Paulo. O restante da verba deve ser obtido junto ao Governo Federal.
Na última quinta-feira, o prefeito formalizou um pedido para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para que ajude na obtenção de recursos com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "Vamos precisar de R$ 13 milhões para a construção do edifício".
O prédio, que servirá como base para a diretoria da Fundação, contará com seis andares, dois subsolos, térreo, quatro pavimentos e cobertura. O principal atrativo do edifício será o Centro de Pesquisa em Petróleo e Gás na Baixada Santista, que terá recursos da Petrobras.
Sobre a não utilização do nome Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), marca conhecida da Petrobras, o prefeito afirma que é apenas um procedimento padrão para não ocorrer nenhum choque com o que é desenvolvido no Rio de Janeiro.
"Aqui está sendo criado um centro de pesquisas da Bacia de Santos. É um formato diferente, mas com a mesma proposta do Cenpes. A Petrobras aportando recursos e aplicando conhecimento para desenvolvimento de fomento de pesquisa dos temas que lhe interessam".
Construído em uma área de 4.320 metros quadrados, o edifício receberá, também, dois laboratórios estruturantes para estudos de Mobilidade Urbana e Logística e de Embarcações para Transporte Aquaviário. Salas de reunião, auditório, instalações ampliadas da Incubadora de Empresas e Pós-Incubados completam o espaço.
A apresentação do projeto acontece uma semana depois da publicação do Decreto 6.072, que aprovou o estatuto social da fundação, cuja instituição foi autorizada pela Lei Complementar 736. Nela consta que a "entidade é pública, dotada de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos".
Tal como já é feito no Rio de Janeiro, o Parque Tecnológico deve atrair empresas do setor de petróleo e gás para a Baixada Santista. Atualmente, além da Petrobras, empresas como Schlumberger, Modec, Halliburton, Maersk Oil, Smith International já possuem instalações em Santos.
Conforme revelado pelo secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, no último dia 8, a British Gas pode ser mais uma empresa a investir na Baixada Santista nos próximos anos.
CONSELHO E DIRETORIA
O Parque Tecnológico será controlado por diretorias e conselhos administrativo e técnico este último tomará decisões relacionadas às pesquisas.
O parque nasceu formalmente por iniciativa da Prefeitura de Santos, que estará no Conselho de Administração ao lado do Governo do Estado e Agência Metropolitana (Agem) mais Petrobras, Usiminas e Codesp.
Também participam as universidades da região, a Associação Comercial de Santos, Sebrae, Sistema S (Senai, por exemplo) da Fiesp e Ciesp.
UNIVERSIDADES
Particulares
Como forma de garantir a participação das principais universidades particulares de Santos, a Fundação Parque Tecnológico terá participação direta no Centro de Pesquisas. Espaços das instituições também serão aproveitados.
Públicas
Unicamp (telecomunicações), Unesp (ambiental), USP (oceanografia) e Unifesp (tecnologia aplicada para operação remota) farão parte do Centro de Pesquisas.
PROJETO
6
andares
compõemo prédio da Fundação Parque Tecnológico, com térreo, quatro pavimentos e cobertura
2
subsolos
serão utilizados para estacionamento de carros, tanto da diretoria da Fundação, como de funcionários do Cais
2
laboratórios
servirão como base para estudos de Mobilidade Urbana e Logística e Embarcações para Transporte Aquaviário
1
centro de pesquisas
com recursos da Petrobras servirá como base para desenvolvimento e fomento de pesquisas da área tecnológica