28 de junho de 2012

Museu do Café cresce e sobe a serra - A Tribuna - 28/6/2012

Publicada em:
A Tribuna, 28/6/2012, quinta-feira, página C-3, Economia

# Com equipe própria de pesquisadores, instituição santista administra, na Capital, patrimônio histórico da imigração paulista

MARCELO SANTOS
DA REDAÇÃO

Com 200 mil frequentadores por ano, uma cafeteria de alto padrão que se tornou referência para o varejo e um curso que forma 15 baristas por mês, o Museu do Café revela novas ambições perto de seus 15 anos, que serão comemorados em 2013.

Além de ser um ponto turístico consolidado, a instituição, que ocupa a antiga Bolsa Oficial do Café, deixa para trás os tempos de busca por verbas. Agora, é hora de expandir. Com uma equipe própria de pesquisadores, assumiu o controle do Museu da Imigração, em São Paulo.

Presidente do Conselho de Administração do Museu do Café, Luiz Marcos Suplicy Hafers observa do centro do salão do pregão da antiga Bolsa do Café os painéis imensos de Benedicto Calixto, a mobília e a arquitetura dos anos 1920 bem preservados.

Passada a fase mais difícil da preservação das instalações da bolsa, Hafers diz que agora é hora de expandir as fronteiras do museu, investir em mais exposições e levar cultura à sociedade. E mostrar às novas gerações que foi o café que trouxe a ferrovia e deslanchou o Porto e também a economia brasileira.

"O museu é um instigador de percepções, de sensações em constante ebulição", diz Hafers.

De acordo com ele, o novo passo do museu, que tem pelo menos 50 funcionários, é transformar-se em centro de pesquisas. Historiadores e museólogos integram a equipe de profissionais que investiga as doações de materiais e os depoimentos ligados ao café.

No próximo ano, uma reforma interna vai readequar o museu para suas novas funções.

MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Parte da equipe está em São Paulo há pelo menos um ano. A Associação dos Amigos do Museu do Café, responsável pela criação da instituição santista, assumiu em agosto, por meio de chamada pública, a gestão do antigo Memorial do Imigrante, hoje Museu da Imigração do Estado de São Paulo, na Mooca.

A justificativa para o museu santista subir a serra para assumir o paulistano é simples: o café está intimamente ligado à imigração.

O Museu do Café é mantido pela Secretaria Estadual da Cultura. "Mantemos as contas em dia, temos reservas, mas não fazemos pirotecnia". As verbas do Museu da Imigração também são do Estado.

O controle do Museu da Imigração é temporário. A associação - juridicamente uma Organização Social - enviou um projeto ao Estado para administrar o museu paulistano até 2016. O resultado a concorrência sai no próximo mês.

No momento, o Museu da Imigração está fechado para reformas, mas serviços de consulta virtual continuam disponíveis no endereço memorialdoimigrante.org.br. É possível identificar nomes de imigrantes e passageiros dos navios.

A ASSOCIAÇÃO

A Associação dos Amigos do Museu do Café surgiu em 1998.

Formada pelo setor de café, como exportadores, corretores, torrefadores e produtores, ela inclui várias entidades, como universidades, BM&F Bovespa e Associação Comercial de Santos.

NOVA EXPOSIÇÃO TRAZ IMPACTO NO COMÉRCIO

Resultado do trabalho da equipe de pesquisadores do Museu do Café, a Secretaria Estadual da Cultura e a instituição santista lançam hoje às 19 horas a exposição Comércio de Café e Vida Urbana na Cidade de Santos.

Os pesquisadores levantaram as referências patrimoniais do café por meio de mapas, plantas, documentos públicos, fotografias, filmes, máquinas e objetos.

Segundo a assessoria de imprensa do museu, o trabalho desses pesquisadores integra a São Paulo História em Rede, programa da Secretaria de Cultura que articula projetos que estudam os segmentos do café, indústria e energia e também as ferrovias e a imigração.

De acordo com a assessoria do museu, a pesquisa santista tem dois projetos. Um deles é o Praça de Santos, que mapeia o patrimônio do café na região. O segundo, Memória do Café, considera os estudos dos institutos de pesquisa e os museus do café de todo o Estado, além de investigar as fazendas da cafeicultura.

A EXPOSIÇÃO FICARÁ ABERTA ATÉ 30 DE SETEMBRO NO MEZANINO DO MUSEU NA RUA XV DE NOVEMBRO, 95. O MUSEU FUNCIONA DE TERÇA-FEIRA A SÁBADO DAS 9 ÀS 17 HORAS E DOMINGO DAS 10 ÀS 17 HORAS, COM INGRESSOS A R$ 5 (INTEIRA) E R$ 2,50 (MEIA). A CAFETERIA TAMBÉM ABRE ÀS SEGUNDAS.

Confira a reprodução da reportagem

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