Há indícios de que pode ocorrer de novo o El Niño - de mudanças significativas de curta duração na distribuição da temperatura da superfície da água no Oceano Pacíficio, com efeitos intensos no clima - neste inverno de 2012, alertou Paulo César Espinoza Etchichury, da Somar Meteorologia. A previsão foi apresentada em palestra realizada na tarde desta quinta-feira, 14 de junho de 2012, no Auditório da Associação Comercial de Santos (ACS), na Rua XV de Novembro, 137 - 1.º andar, no Centro Histórico.

Etchichury falou sobre A Tendência do Inverno Brasileiro nas Regiões Cafeeiras, em palestra dirigida a associados da ACS, em especial do mercado cafeeiro. O diretor executivo da Associação Comercial de Santos, Marcio Calves, deu as boas-vindas aos presentes. Nilton da Silva Pinto, que foi diretor da ACS, também estava presente.

O meteorologista da Somar antecipou que o clima depende muito da condição dos oceanos e que a situação é de neutralidade. Ele lembrou que o último El Niño aconteceu em 2009 e que para o inverno de 2012 "há indicativos de início de um novo El Niño". As temperaturas previstas, no entanto, estarão dentro do padrão médio, "o que reduz risco de inverno rigoroso".

Ele comentou que haverá um bloqueio atmosférico no Pacífico Sul, o indicativo de El Niño e que o Oceano Atlântico estará aquecido, "fatores que contribuem para a redução de risco de geadas".

"O inverno será seco", prevê Etchochury, "porém com episódios isolados de chuvas".

Quanto à primavera, o retorno das chuvas não deverá atrasar, segundo o meteorologista. "Setembro e outubro terão chuvas irregulares".

Etchichury informou que, no Oceano Pacífico, existem cabos submarinos que permitem a medição de uma série de índices, como temperatura e salinidade, colhendo dados importantes para previsões meteorológicas. "O que faz dhover mais ou menos ou o tempo ficar mais frio ou mais quente em determinadas épocas está associado à condição dos oceanos, daí a importância dessas informações sobre as águas oceânicas".

O meteorologista da Somar recomendou que "os profissiconais e empresários ligados ao café precisam monitorar constantemente as condições meteorológicas, para saberem quando surgem as oportunidades e também os riscos relacionados ao clima".

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