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A Tribuna, 18/4/2013, quinta-feira, página A-4, Local
# EMTU entregará pesquisa vital ao projeto e nega empecilho com sítios arqueológicos
SANDRO THADEU
DA REDAÇÃO
A EMTU está prestes a concluir a tabulação dos dados da pesquisa origem-destino domiciliar na Baixada Santista. O resultado será divulgado até o dia 30 – trata-se de uma atualização do levantamento de 2007.
As informações servirão de base para os municípios elaborarem os planos regionais e municipais de mobilidade, com a definição da chamada “matriz de viagens”, que mapeia os deslocamentos da população, bem como os meios de transporte utilizados diariamente.
O anúncio foi feito ontem por técnicos da estatal, que estiveram na Associação Comercial de Santos para apresentar o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que vai ligar São Vicente a Santos. A previsão é de que os trens comecem a operar em julho de 2014.
Nos próximos dias, será assinado o contrato para dar início às obras de implantação da primeira etapa, que ligará a Esplanada dos Barreiros, em São Vicente, até a Avenida Conselheiro Nébias (próximo à Avenida Francisco Glicério), em Santos.
O consórcio Expresso VLT Baixada Santista, formado pela Construtora Queiroz Galvão S.A. e Trail Infraestrutura Ltda., começará os trabalhos no próximo mês.
O trecho prioritário terá condições de atender até 70 mil passageiros por dia útil. Já foram contratados 22 vagões. Cada um terá capacidade de transportar até 400 pessoas.
MUDANÇAS PONTUAIS
O gerente regional da EMTU na Baixada Santista, Rogério Plácido das Neves, afirmou que está aguardando um posicionamento do atual governo municipal sobre se concorda ou não com o trajeto previsto na segunda etapa do VLT. Essa fase ligará a Avenida Conselheiro Nébias ao Valongo e, de lá, à região próxima ao Concais. As obras podem começar a sair do papel em julho. “Estamos trabalhando com a direção acordada pela administração anterior. Nada impede que sejam feitas alterações pontuais, pois a Prefeitura é responsável pelo sistema viário”.
O trecho do VLT da Conselheiro entre a Avenida Francisco Glicério e Rua Bittencourt poderá causar muitos transtornos, já que a via terá apenas uma faixa de rolamento em cada sentido.
Apesar disso, Neves descarta a ideia de deixar os trens trafegando sobre trilhos suspensos, intervenção que causaria um grande impacto urbano negativo. No Centro e na Conselheiro, o VLT deverá permitir o compartilhamento com o sistema normal de trânsito.
SÍTIO ARQUEOLÓGICO
O principal ponto polêmico do evento foi levantado pelo arqueólogo Manoel Gonzalez. Conforme anunciado na edição de ontem de A Tribuna, ele apontou que há sítios arqueológicos no trajeto previsto ao VLT no Centro de Santos.
Após ver a explanação dos técnicos da EMTU, o especialista identificou que o projeto passará por seis e não quatro locais históricos. Também estranhou que não foi identificado nenhum sítio no trecho inicial. “Quero deixar claro que não sou contra o desenvolvimento e o VLT, mas, infelizmente, grandes empreendimentos do Município estão destruindo nosso patrimônio. É preciso fazer esse alerta”, frisou.
Plácido afirmou que tem conhecimento dos sítios, mas crê que não há nenhum tipo de problema que inviabilize as obras.