Publicada em: A Tribuna - 5/2/2015, página A-5, Cidades
SANDRO THADEU
DA REDAÇÃO
Independentemente do que motivou o assassinato do estudante Matheus Demétrio Soares em frente à Unisanta, o episódio volta a trazer à tona a preocupação de estudantes e funcionários das universidades com a falta de segurança no entorno dessas unidades.
No próximo dia 24, às 9 horas, a Câmara Temática do Ensino Superior da Associação Comercial de Santos (ACS) reunirá representantes dessas instituições e deverá voltar a debater com ênfase esse problema. O encontro ocorrerá na sede da própria ACS.
Reitores e integrantes das universidades cobram uma maior presença da Polícia Militar, bem como mais atenção da Prefeitura para: fiscalizar melhor bares e ambulantes, fortalecer o gerenciamento de trânsito, intensificar a poda de árvores e a iluminação pública.
Outras sugestões são a instalação de mais câmeras nas proximidades e a integração das imagens externas captadas nessas universidades à rede da Guarda Municipal.
No fim do ano passado, houve uma reunião com o secretário municipal de Segurança, Sérgio Del Bel Júnior, e o prefeito, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), sobre o tema.
Vice-reitor do Unimonte, Adalto Corrêa de Souza Junior afirma que o encontro surtiu efeito, porque a presença da PM é mais constante, pelo menos no local onde trabalha. “Discordo radicalmente do posicionamento de um integrante da Prefeitura, segundo o qual uma viatura da PM não poderia ficar sempre perto de uma universidade por ser uma empresa particular”.
Corrêa Júnior frisa que os estudantes são visados por portarem celulares, tablets e notebooks. E muitos se deslocam até a faculdade de carros e motos. “A situação de insegurança é muito forte. É um problema nacional”, desabafa.
A diretora da Unifesp na Baixada Santista, Regina Célia Spadari, afirma que foram registradas muitas ocorrências de assalto à mão armada em 2014, principalmente no entorno da unidade da Rua Silva Jardim, na Vila Mathias. “Isso até motivou alguns protestos dos alunos e obrigou a gente a tomar medidas, como a abertura de um acesso ao local para a Rua Campos Melo, a fim de evitar a circulação dos alunos por vias do entorno que são complicadas”, diz.
Célia entende que seria importante a Prefeitura instalar câmeras nas proximidades dos campi da instituição.
PODA DE ÁRVORES
A reitora da Unimes, Renata Garcia de Siqueira Viegas, defende uma viatura da PM em frente à entrada principal dos alunos, devido ao grande fluxo de pessoas.
Além disso, explica que já solicitou a poda de árvores da Avenida Campos Salles. “Sem isso, aquele local se torna muito escuro para os alunos que circulam e estacionam o carro naquela região”.
Para o reitor do Unilus, Nelson Teixeira, “a segurança fora dos portões das escolas é dever do Estado. Ninguém nasce bandido; o que existe hoje no nosso País é uma desigualdade social e nós todos somos responsáveis”.
TRABALHO
A Comissão Municipal de Segurança promove, desde 2013, reuniões periódicas para discutir a segurança no entorno de prédios educacionais e áreas de grande circulação de pessoas. Os encontros já resultaram em uma série de medidas.
