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A Tribuna / Pág.A2 / 2/8/2013
A decisão da Petrobras de instalar no Porto de Santos a base offshore de manutenção de embarcações do pré-sal encerra o suspense sobre a vinda para a Baixada Santista do serviço ligado à estatal, que deve atrair muitos negócios para a região.A promessa do investimento foi feita pela presidente da empresa, Maria das Graças Foster, ao governador Geraldo Alckmin, ao secretário estadual de Energia, José Anibal, e ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa, todos do PSDB, em reunião no Rio de Janeiro, na quarta-feira.
Como os projetos voltados às reservas da Bacia de Santos estão atrasados e a Petrobras enfrenta falta de recursos e, simultaneamente, corta despesas, havia o risco de a base ficar de vez no Estadodo Rio, onde já há um segmento offshore voltado à Bacia de Campos. Entretanto, o Estado de São Paulo e a Prefeitura de Santos romperam o imobilismo e conseguiram garantias de Graça Foster para trazer o empreendimento para a Baixada.
Uma reação mais firme por parte das lideranças políticas municipais e estaduais para trazer mais negócios de petróleo para a região é uma cobrança antiga por parte deste jornal. O litoral paulista já perdeu a corrida da instalação dos estaleiros de plataformas e navios de apoio, cujas encomendas ficaram com Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, que forneceram muitos incentivos fiscais. Há ainda a indústria de equipamentos, já espalhada pela Capital e Interior paulista, e a base offshore, com localização agora definida.
Essa unidade é importante por atrair uma grande quantidade de fornecedores para seu entorno na própria região. Isso fomenta pequenos e médios negócios e gera muitos empregos.
A decisão de Maria das Graças se tornou pública com a iniciativa de Alckmin, Aníbal e Barbosa de solicitarem uma audiência com a presidente da estatal para saber o real interesse da empresa sobre a base na região.
Antes disso, a petrolífera não tinha feito um anúncio público sobre suas intenções. A Câmara de Petróleo e Gás, da Associação Comercial de Santos, já vinha demonstrando sérias preocupações sobre o risco de perder esse investimento. Porém, a região precisa continuar atenta quanto aos planos da Petrobras, que também confirmou a instalação em 2014, em Santos, de outro projeto importante: o Centro de Pesquisa Tecnológica em Petróleo e Gás da Baixada Santista (Cenpeg-BS).
Segundo Barbosa, a presidente da Petrobras prometeu abrir até o final do ano licitação para utilizar dois berços no Porto de Santos já em 2014 – a base offshore será um serviço
terceirizado. A vantagem da região é que a empresa quer uma unidade de manutenção aqui, pois estaria mais próxima de muitas plataformas do pré-sal. Entretanto, não é bom vacilar perante o pragmatismo do Governo do Rio em tentar concentrar os negócios de petróleo e gás em seu estado.
