Publicada em:
Jornal Diário do Comércio, 15/6/2013, sábado, página 10
Site do Diário do Comércio, 16/6/2013, domingo
Escrito por André de Almeida
A iniciativa foi comemorada pelos presidentes das associações comerciais das duas cidades, que vislumbram uma série de benefícios com a chegada do novo sistema de transporte, como a redução no tempo nas viagens entre os municípios e a revitalização urbanística das ruas por onde o trem passará.
De acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de São Vicente, Donizetti Teixeira Tavares, os terminais e as estações de embarque e desembarque impulsionarão a modernização e o desenvolvimento comercial do entorno, trazendo mais conforto e qualidade de vida para a população.
"O VLT também ajudará a desafogar o trânsito local, principalmente na área central de São Vicente. A integração com o sistema de ônibus facilitará o dia a dia de milhares de trabalhadores, incluindo os comerciários", disse Tavares.
Características - O VLT da Baixada Santista será o primeiro do Brasil com tração elétrica e o único a operar com capacidade para 400 passageiros em cada trem, formado por sete carros. Os veículos terão janelas amplas, ar condicionado, luminárias de led e espaço para cadeirantes e obesos. O piso, no nível do chão, facilitará o deslocamento de pessoas com dificuldades de locomoção.
As obras começaram pelo trecho de 9,5 quilômetros que ligará Barreiros, em São Vicente, a Conselheiro Nébias, em Santos. Serão investidos R$ 313,5 milhões neste ramal, que terá um terminal – na área continental de São Vicente –, uma estação de transferência e outras 11 estações de embarque e desembarque, sendo seis em São Vicente e cinco em Santos. A previsão de conclusão desta etapa é em um ano (junho de 2014).
Já o trecho seguinte – que começará a ser construído em setembro e deve terminar até o fim de 2014 – terá 7,1 quilômetros entre as estações Conselheiro Nébias e o Valongo, no centro histórico de Santos. Serão dois terminais – Porto e Valongo –, uma estação de transferência na Conselheiro Nébias, um pátio de manobras no Porto, além de estações de embarque e desembarque. O investimento previsto para este ramal é de R$ 250 milhões e o VLT ocupará a antiga linha férrea para fazer a interligação entre as cidades.
Ampliação - Futuramente, mas ainda sem prazo definido, o VLT chegará a Praia Grande com a construção de mais dois trechos: Barreiros a Samaritá, em São Vicente, e de Samaritá até a Praia Grande. Com isso, o valor total do empreendimento está estimado em R$ 1 bilhão, incluindo 22 trens (154) carros. A expectativa é que o VLT atenda diariamente em torno de 70 mil usuários, com intervalo de 210 segundos entre os veículos e velocidade média de 25 quilômetros por hora.
"Uma das maiores qualidades do VLT será a redistribuição do tráfego na região, na medida em que tiraremos mais carros das ruas. O sistema já deveria ter sido implantado, mas houve uma certa demora. Antes tarde do que nunca", afirmou o presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Michael Timm.
Quando o VLT estiver concluído e ampliado até a Praia Grande, os 1,7 milhão de habitantes dos nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista devem usufruir, de maneira indireta, dos benefícios, já que haverá menos ônibus em circulação e menos poluição sonora.
A estimativa é de uma economia de R$ 21 milhões por ano, consumidos em acidentes e manutenção viária.
Também está prevista uma redução significativa no consumo de energia, já que o VLT consome 2,6 vezes menos energia do que os ônibus e 5,4 vezes menos do que os automóveis.
"A expectativa e o otimismo são muito grandes na região. O VLT, embora não seja esse seu objetivo principal, também tem um certo apelo turístico, da mesma forma que os bondinhos do centro histórico de Santos. Será mais uma alternativa de passeio e locomoção para os visitantes", concluiu o presidente da ACS.
Confira a reprodução da reportagem publicada na versão impressa do Diário do Comércio
Confira a reprodução da reportagem publicada no site do Diário do Comércio
