April 21, 2013

Santos, na onda da Independência / Diário do Comércio / 21/04/2013

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Diário do Comércio / 21/04/2013


Em Santos, no litoral sul paulista, o paço municipal, a praça em frente ao fórum, um colégio tradicional e outros tantos prédios e equipamentos públicos e privados levam seu nome: José Bonifácio de Andrada e Silva. Além destes, outros locais da cidade fazem referência a um dos filhos mais ilustres da terra, como a praça da Independência, tradicional ponto de comemorações santistas.


Neste ano, para festejar os 250 anos de nascimento do Patriarca da Independência, foi criada na cidade a Comissão José Bonifácio, que promoverá uma série de eventos nos próximos meses. O grupo é coordenado pela Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) e é formado por representantes da prefeitura e da também da sociedade civil.


O início oficial das comemorações aconteceu em março, no dia 20, com o lançamento, na sede da prefeitura de Santos, de um livro sobre a vida de José Bonifácio, de autoria da historiadora e professora da Universidade de São Pulo (USP) Miriam Dolhnikoff. A obra é o 12º livro da Coleção Perfis Brasileiros, editada pela Companhia das Letras.  Outra iniciativa que faz homenagem ao santista ilustre foi o lançamento, no último dia 11, de um carimbo comemorativo à data que será utilizado em selos postais.


Ação - De acordo com o coordenador da Comissão José Bonifácio, José Esteves Evagelidis, a próxima ação será a transferência da capital para Santos, em 13 de junho, data de nascimento do Patriarca. Neste dia, o governador Geraldo Alckmin, acompanhado de secretários, despachará na cidade. A transferência simbólica do governo estadual para Santos está prevista no decreto 50.499 de 26 de janeiro de 2006. Mas até hoje só ocorreu naquele ano.


"Pretendemos fazer, até o final do ano, exposições itinerantes com painéis, fotos e ilustrações sobre a vida de José Bonifácio nas universidades e em outros locais de Santos. Em 12 de junho, a Orquestra Sinfônica do Estado fará uma apresentação", disse Evagelidis. Outra iniciativa, ainda sem data definida, será a reedição de um gibi com histórias em quadrinhos sobre o personagem. "Ele merece toda essa programação", afirmou .


Apesar de ter ficado conhecido nos livros de história como o Patriarca da Independência no Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 - 1838) foi um importante político, cientista, poeta e advogado. Até 1823, ele era o todo-poderoso ministro de D. Pedro I, e, depois da abdicação, se tornou tutor de D. Pedro II.
Uma de suas maiores marcas é a idealização de nossas primeiras instituições políticas, incluindo grande parte da Constituição Imperial de 1824. "Todo mundo que ama Santos deve valorizar a figura de José Bonifácio, que levou o nome de nossa cidade para o mundo afora", disse o prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa, durante o lançamento do livro da professora Miriam Dolhnikoff.


Reconhecimento - Também esteve no lançamento a economista paulistana e tetraneta de José Bonifácio, Graziela Ribeiro de Andrada, de 46 anos. Ela aprovou o reconhecimento que o município está dando ao seu filho mais famoso. “José Bonifácio tem reconhecimento internacional e o Brasil precisa conhecer esta referência, importante principalmente para as crianças”, disse Graziela, lembrando do pioneirismo do santista na defesa de questões sociais, como o fim da escravidão e a ecologia. "Ele tinha princípios e valores bastante ousados para a época", afirmou.


Para o presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Michael Timm, além da importância no processo da Independência do Brasil, José Bonifácio também teve um papel fundamental no desenvolvimento de Santos. "Naquela época, a cidade prosperava com a exportação do café, e, às vésperas da separação política, o príncipe regente viera à cidade para conhecer a Vila e suas fortificações. Por pouco a Independência não foi proclamada em Santos", afirmou.


"Entre tantos santistas que levaram o nome de nossa cidade para outros lugares, não podemos deixar de citá-lo, principalmente, por ter sido nomeado ministro do Reino", concluiu o dirigente.


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