July 25, 2013

O café na cultura nipônica - Boqnews - 25/7/2013

 Publicado em:

Boqnews - 25/7/2013

O café tem um lugar especial na cultura nipônica. Prova disso é o curso de classificação e degustação de café em sua 54ª edição, que durante o mês de julho vem sendo realizado na Associação Comercial de Santos (foto) onde 16 japoneses, um espanhol e um brasileiro participam e aprendem os segredos dos grãos mais exportados do Brasil.

Os professores Nilton Ribeiro e David Teixeira ministram suas aulas com a colaboração do classificador de café, Onivaldo Ruas (o Geléia) explicando sobre a metodologia do teste, com a presença de diversas empresas japonesas tendo como intérprete a professora Sayoko Nakai.

Pontualmente, às 8 horas, os alunos se apresentaram na sala de aula da Associação Comercial para mais um dia de aprendizado. Os alunos também aprenderam a diferenciar os grãos pelo tamanho, o chamado re-beneficiamento, processo importante na escolha do café a ser comercializado.

Não só os alunos do Japão aprendem mais sobre a cultura do café com a realização de cursos específicos. Na sala de aula encontravam-se os alunos Adrian Iglesias Fontecha, espanhol de Madrid, e André Luiz de Siqueira, de Santos. Há cerca de 300 anos, o café tem sido uma bebida popular em todo o mundo civilizado, mas pouco se sabe sobre a maneira exata como foi descoberto. O café foi introduzido no Brasil por Francisco de Melo Palheta, em 1727, no estado do Pará.

Tradição brasileira

Na sala inteira ecoa-se um barulho esquisito: "zubiiii!!". Estamos na sala onde está sendo realizado o teste de qualidade da bebida, ou seja, o café por intermédio da degustação.

O procedimento se dá quando o café é devidamente preparado em várias tigelas e o provador recolhe, de cada uma delas, uma porção em uma colher e passa a degustar o café. Em segundos, detecta o sabor característico do café em cada tigela.

Em menos de cinco minutos, conclui-se uma rodada de testes de aproximadamente dez tipos de café, em cinco tigelas, determinando os tipos classificados em doce, amargo e ácido. O provador senta-se à mesa onde já está preparado o café em tigelas para a prova da bebida. Esse trabalho não é difícil, pois não há qualquer técnica especial ou estudo científico. Depende somente de um pouco de experiência. Esse espírito de amizade e relacionamento fácil e espontâneo demonstra a própria maneira de ser de todos os brasileiros.

Origem

A escolha e classificação de grãos de café requer prática e experiência. O Brasil da era café começou no século XVIII, com a chegada das primeiras sementes. Nos séculos XIX e XX, começou a grande expansão de produção de café considerada como locomotiva que impulsionava a economia do Brasil. Nessa época, com a abolição dos escravos, começou a faltar mão de obra na lavoura cafeeira.

Assim, para suprir essa falta, o Brasil decidiu abrir a porta da imigração. O Brasil, que vinha detendo 50% do consumo mundial de café, com a vinda da crise de produção, mergulhou no declínio sem precedentes. Mesmo com toda essa adversidade, manteve-se como um dos maiores produtores no ranking mundial.

A maior parte da produção de café nos seus diversos estados é exportada por meio do porto de Santos. Na exportação de café, para atender ao consumidor exigente, principalmente do Japão e da Alemanha, é essencial a escolha de café de boa qualidade.

Os japoneses têm preferência pelo café do Brasil, e quando estive no Japão presenciei várias vezes o uso demasiado de café em pó solúvel. Não há dúvida de que isto se deve à inexperiência por não estarem acostumados a tomar café.

Parabéns, Brasil! Parabéns, Japão!

São Paulo sediou Festival do Japão

A 16ª edição do Festival do Japão aconteceu nos dias 19, 20 e 21 de julho, no Centro de Exposições Imigrantes (Rodovia dos Imigrantes, km 15, em SP). Neste ano, o maior evento da cultura japonesa da América Latina, uniu tecnologia e modernidade nas áreas da indústria e da Medicina.

O Festival do Japão foi criado pelo Kenren Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil para divulgar a cultura japonesa com o objetivo de transmitir os conhecimentos para as novas gerações.

Os palcos principal e cultural trouxeram danças típicas e folclóricas da cultura japonesa, como Yosakoi Soran (dança da província de Hokkaido) e também dos grupos artísticos da comunidade nipo-brasileira, com Taiko (tambores japoneses) e Shamisen (instrumento de cordas).

Este magnífico evento veio fortalecer a amizade entre o Brasil e Japão.

Confira a reprodução da notícia

Share

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.