September 12, 2013

Base offshore: região corre atrás - A Tribuna - 12/9/2013

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A Tribuna, 12/9/2013, quinta-feira, página C-1, Petróleo & Gás

# Petrobras já anunciou que unidade de manutenção ficará na Baixada, mas é preciso discutir como potencializar negócios que surgirão

A Câmara Setorial de Petróleo e Gás da Associação Comercial de Santos (ACS) está planejando uma série de audiências privadas para discutir e apresentar propostas voltadas ao incremento desse setor na região. O foco principal é viabilizar a implantação de uma base offshore na Baixada Santista. O projeto já está em planejamento pela Petrobras.

A data do primeiro encontro deverá ser definida na tarde da próxima quarta-feira, quando será realizada uma reunião do grupo de trabalho para debater os assuntos que serão abordados durante a audiência.

“A base offshore é vista como fundamental para que haja desenvolvimento no entorno, de forma que a região seja atrativa para fornecedores de serviços e peças. A gente está concentrando todos os esforços para conseguir viabilizar uma base”, destaca o coordenador da Câmara da ACS, Vicente do Valle.

Para o empresário, é importante que todos estejam preparados para 2016, quando a Petrobras pretende implantar novas plataformas flutuantes que produzem, estocam e escoam petróleo para as áreas do pré-sal na Bacia de Santos.

A empresa já afirmou que pretende publicar até o final do ano a licitação para contratar berços de atracação no complexo portuário santista como a sua base offshore. O prestador de serviços receberá embarcações que precisem de manutenção.

“O foco é despertar na região a importância da indústria de petróleo e gás para o desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista. Temos um tempinho ainda e precisamos aproveitar”, diz Valle, que vê nas audiências uma forma de despertar e propor algumas medidas de fomento à região. Segundo ele, serão convocados para o encontro integrantes de diversos segmentos institucionais, como universidades, construção civil, setor imobiliário, comércio varejista, Ciesp e Fiesp, entre outros.

“Precisamos dar um choque nas empresas que compõem essas instituições. Temos muito a oferecer como, por exemplo, as universidades capacitadas para preparar qualificação”, mencionou o coordenador e vice-presidente da ACS, explicando que a primeira audiência será apenas uma apresentação.

O passo seguinte será a criação de mesas de trabalho para que o tema seja discutido setorialmente. O último encontro será conclusivo e vai gerar um documento a ser encaminhado aos governos municipal, estadual e federal. “Serão enviadas propostas vindas da iniciativa privada que vão ser facilitadoras para que esse processo possa acontecer”.

DEMANDA

Cientes da necessidade de obterem mais informações sobre as questões que envolvem o setor de petróleo e gás, a Câmara da ACS solicitou à Petrobras informações detalhadas sobre como funciona a logística de atendimento a uma plataforma.

As informações foram apresentadas na manhã de ontem pelo coordenador de Conteúdo Local e Relacionamento com o Fornecedor Externo da Petrobras, Rosewelter Balbino de Barros. Ter uma infraestrutura ágil, flexível e confiável para apoios marítimo, aéreo e terrestre foi uma das características apontadas pela empresa para uma base que servirá de apoio a plataformas.

Os navios que integram a frota da Petrobras - um total de 237 afretados - também foram apresentados, assim como a movimentação média de armazenagem e as demandas de cargas via barcos de apoio.

“Precisamos ter o dimensionamento do que essa base precisa, saber o que acontece hoje em dia nas plataformas de Merluza e Mexilhão, o que elas exigem da Petrobras. Saber o que elas demandam”, diz Valle, lembrando da disputa entre Santos e o Rio.

VANTAGEM E DESVANTAGEM

Segundo ele, o Rio tem vantagem quando se fala em distância, na quilometragem em relação à plataforma de Lula. São 296 quilômetros. De Santos são 394.

“No entanto, Santos sai na frente por ter a indústria paulista, o Porto, Rodoanel ligando a região aos aeroportos de Guarulhos e de Campinas e ainda os projetos de acessibilidade previstos”, detalha.

Saipem negocia

Desde o início de agosto, a Saipem, que atua no setor de petróleo e gás, está usando o cais do Ecoporto Santos, na região do Saboó, para receber cargas de grande porte, como os dutos.

Os tubos, unidos em partes maiores, serão instalados no fundo do mar pela Saipem.

A mercadoria chega de caminhão e após a descarga é levada por embarcações até a empresa, que fica no Complexo Industrial e Naval de Guarujá (Cing).

A logística é necessária devido à legislação do município impedir a circulação de caminhões. No entanto, a solução não é definitiva.

A empresa permanece buscando opções mais baratas, afirma o gerente de infraestrutura da Saipem, Ricardo Von Hombeeck. “É uma questão comercial, a gente procura a melhor alternativa. Hoje é o Ecoporto, nós estamos procurando outras alternativas mais baratas. Estamos estudando 20 alternativas. É um piloto de transporte hidroviário que já deveria existir faz tempo”.

Confira a reprodução da notícia

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