June 06, 2012

Um setor que cresce no país

Falar em logística remete logo ao transporte de cargas. Mas o setor vai muito mais além disso; é uma mina de oportunidades para todo o tipo de profissional: de motorista a maquinista, de almoxarife a fiscal, de técnico em informática a programador, de carregador a gerente de carga. Isso porque as boas empresas do setor hoje oferecem serviços integrados de gestão de estoque, transporte, armazenagem, consolidação e desconsolidação de cargas. São serviços que agregam valor ao cliente. Os problemas de infraestrutura e a falta de mão de obra qualificada são os principais gargalos do setor que movimenta cerca de R$ 15 bilhões no mercado nacional ao ano.

A estimativa da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC) é que o déficit de mão de obra seja de 10%, principalmente por falta de motoristas de caminhões. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no RS (Setcergs) João Carlos Silvano diz que a falta de condutores só é suprida se as próprias empresas de transportes formarem seus profissionais. "Não existem escolas de motoristas e nas empresas eles irão encontrar caminhões cada vez mais modernos, econômicos, com controle eletrônico da rota, do combustível, da carga. Os motoristas não podem mais ter somente o ensino básico. Eles precisam saber mexer com informática também", cita Silvano.

O presidente da ABTC, Newton Gibson, afirma que ainda é necessário formar administradores, técnicos, programadores e analistas de sistema. "O operador logístico é responsável pelo processo que vai desde a manipulação de produtos até a gestão da cadeia de suprimentos das organizações. Hoje o que as empresas mais têm buscado no mercado são profissionais qualificados para exercerem essas atividades", revela ele.

O profissional administrativo em logística pode ser técnico (formação de nível médio), tecnólogo (nível superior) ou com MBA. Um técnico trata das questões operacionais e pode receber salários em torno de R$ 1 mil. O tecnólogo, que desenvolverá a parte tática da empresa poderá ter rendimentos de R$ 3 mil. Já o profissional com pós-graduação, MBA ou especialização em logística, ficará responsável pela parte estratégica da corporação. E seu salário pode chegar próximo dos R$ 20 mil.

Empresas investem em qualificação
As empresas de logística acabam indo atrás dos seus profissionais e capacitando-os. No transporte ferroviário, por exemplo, as organizações investem em treinamento. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) Vicente Abate sugere a criação de graduações específicas para atuação no setor.

"Nossa proposta é que sejam criadas faculdades de Engenharia Ferroviária para suprir essa falta de mão de obra qualificada. As concessionárias têm suas universidades próprias para desenvolver profissionais", afirma Abate. "Temos o que chamamos de MBRail em vez de MBA. São universidades e escolas superiores que complementam a formação de engenheiros, administradores e outros tipos de profissionais. E os nossos programas de estagiários e trainees estão entre os mais concorridos do país", explica ele.

As cargas podem ser transportadas via terrestre (ferroviária ou rodoviária), naval (marítima ou fluvial) e aérea. Mas segundo o presidente da ABTC, Newton Gibson, cerca de 58% das cargas transportadas no país são realizadas por meio do modal rodoviário. "As ferrovias respondem por apenas 25% e o modal aquaviário e aeroviário por 17%. A concentração de mais da metade do transporte está em apenas um segmento, que possui diversos gargalos. Isso significa oportunidade de emprego em todos os setores nos próximos anos", considera Gibson.

Extraído de: Correio do Povo

Fonte: Brazil Modal - 5/6/2012

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