Primeira grande parceira da Petrobras na região, a italiana Saipem vai implantar um complexo industrial e de serviços, chamado de Centro de Tecnologia e Construção Offshore (CTCO),em um terreno de 354 mil m² em Guarujá.
A empresa será fornecedora da estatal. Entre os investimentos da Petrobras previstos nos próximos anos está uma base de manutenção offshore (embarcações usadas no pré-sal) na Base Aérea de Santos.
A instalação do CTCO no Complexo Industrial e Naval de Guarujá (Cing, na direção da Ponta da Praia) custará US$ 300 milhões. Pelo menos mil empregos serão gerados, a maior parte voltada para profissionais com ensino técnico.
Segundo a Saipem, o CTCO será especializado na prestação de serviços de engenharia, suprimentos, gerenciamento de projetos e construção de estruturas submarinas abrangendo montagem de dutos e estruturas metálicas e equipamentos destinados à exploração e produção de petróleo e gás no litoral.
Entre suas principais atividades destacam-se a base de apoio logístico, preparação e montagem de dutos submarinos, construção e montagem de componentes submarinos e o acesso hidroviário.
De acordo com a empresa, a base de apoio logístico será responsável pelo embarque e desembarque de materiais, equipamentos e estruturas submarinas, recebimento e gestão de suprimentos e embarcações dos projetos em desenvolvimento.
A montagem de dutos submarinos consiste no recebimento e armazenamento de dutos já fabricados, além de soldagem dos tubos e revestimento contra corrosão.
O projeto de implantação do CTCO da Saipem prevê ainda a construção e montagem de componentes submarinos. Serão construídas estruturas e equipamentos utilizados na interligação entre poços de petróleo e gás com as plataformas.
LOGÍSTICA
Para viabilizar a chegada de caminhões (vindos de Santos) ao CTCO (em Guarujá), a Saipem diz que está desenvolvendo soluções atravésdo canal do Porto de Santos. Essa alternativa segundo a empresa, será o projeto-piloto da proposta da Codesp da implantação da hidrovia na região.
Atualmente a Saipem estuda oito alternativas de acesso em parceria com a Codesp e as prefeituras de Guarujá e Santos. A solução inicial a ser adotada consiste na utilização de um pulmão (estacionamento temporário) onde os caminhões, oriundos da fábrica de produção de tubos no Interior paulista, permaneçam estacionados para evitar congestionamento na área portuária.
Em seguida, esses caminhões irão até o cais onde haverá transbordo dos tubos para uma barcaça, que transportará os dutos até o CTCO. O transporte se dará com o auxílio de guindaste ou empilhadeiras portuárias.
Conforme a Saipem, essa operação acontecerá no período diurno, com até duas viagens por dia, com o auxílio de um pequeno rebocador. O descarregamento de tubos no CTCO se dará da mesma forma que o carregamento: os tubos descarregados serão transferidos através de caminhões para a área de armazenamento.
A chegada da Saipem na região é muito bem vista pelos engenheiros santistas. Em apresentação na Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos, alguns profissionais comentaram a presença da empresa italiana em Guarujá.
Para o diretor de pós-graduação da Unisanta, Aureo Emanuel Figueiredo, este é o primeiro grande empreendimento que chega à Baixada Santista. “É um projeto sério,que chega com comprometimento com a nossa região. Tenho certeza que vai fixar muitos talentos aqui”.
A linha de raciocínio é seguida pelo diretor de Portos da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos, Eduardo Lustoza. “Está prevista a contratação de 100 engenheiros pela Saipem. Além disso, grandes companhias atraem empresas satélites. É um momento excelente para a engenharia”.
Responsável pela apresentação do projeto da Saipem na associação, o gerente de engenharia da empresa, Alexandre Mitchell, reforça o grande momento vivido pelo setor. “Tenho muito orgulho, como brasileiro, quando as pessoasme perguntam de futebol e Petrobras no exterior”.
Fonte: A Tribuna / 6/9/2012