July 05, 2012

Porto pode sofrer colapso

# Enquanto o maior porto da América Latina em extensão bate recordes de movimentação de carga, o modal rodoviário é um gargalo cada vez
maior
# Especialistas dão prazo de cinco anos para chegar à saturação

O Porto de Santos bateu mais um recorde na movimentação de cargas nos primeiros cinco meses deste ano, atingindo 38,7 milhões de toneladas — um aumento de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para a alta de 11,3% nas exportações, que hoje representam 66,7% do total operado.

No entanto, na contramão de toda essa riqueza está o modal rodoviário. De 5 mil a 8 mil caminhões circulam diariamente com destino às margens direita e esquerda do porto, pelas rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes.

O acesso terrestre ao porto santista pode sofrer um colapso em cinco anos, se as políticas de expansão viária não forem viabilizadas na mesma velocidade da pujante movimentação de cargas. O alerta é do vice-presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), Miguel Sealy, o Mike, que também é
diretor-técnico da Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABTL) e diretor da Stolthaven Santos Ltda.

“O maior gargalo está nos acessos terrestres. Não existe mais tempo para conversa. Temos que agir em prol do Brasil. É um problema diário. Não existe uma logística organizada”, afirmou Mike Sealy.

“O acesso à área industrial da Alemoa, incluindo o viaduto Paulo Bonavides, próximo à entrada de Santos, é caótico”, enfatizou.

“As vias estão saturadas pelo tráfego intenso”, complementou. “Toda a infraestrutura do sistema de integração do Porto com o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) não comporta mais esse fluxo.

O sistema portuário terá um colapso nos próximos cinco anos”. Segundo Sealy, somando todos os terminais de granéis líquidos do Porto de Santos, a capacidade de tancagem hoje é de 950 mil metros cúbicos. Em 2017, a projeção é que a capacidade amplie para 1,2 milhão de metros cúbicos de tancagem. Só a Stolthaven tem 89 tanques
com capacidade de 133 mil metros cúbicos, que deve subir para 200 mil metros cúbicos em cinco anos. “Vai parar tudo (gargalo terrestre)!”, alertou.

“Queremos colaborar, estamos investindo, contribuindo com a geração de empregos diretos e indiretos, mas não temos retorno. Nós vamos perder o momento esplendoroso do Porto de Santos”, lamentou.

Fonte: Metro Santos / 5/7/2012

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