Giulia Camillo (gcamillo@brasileconomico.com.br)
# Ambiente competitivo e enfraquecimento da economia global têm pressionado desempenho do Google
Números do segundo trimestre serão divulgados nesta semana, mas não devem adicionar ânimo aos investidores; recuperação é prevista para o segundo semestre.
O primeiro semestre não foi bom para as ações do Google nos Estados Unidos. Nos últimos seis meses, os papéis do gigante tecnológico perderam 6,55%, enquanto o S&P 500 ganhou 4,75% e o Nasdaq 100 avançou 9,99%.
E as perspectivas para o curto prazo também não são animadoras. Com a divulgação dos resultados do segundo trimestre marcada para o dia 12 de julho, o Google deve continuar pressionado pela desaceleração no crescimento de seus indicadores.
"Nós atribuímos essa performance ruim a quatro principais áreas de preocupação: a redução do custo por clique (CPC), fraqueza macroeconômica e desaceleração na publicidade, Motorola Mobility (MMI) e Apple", nota Brian Nowak, do Nomura, em relatório.
Nowak estima um declínio de 15% no CPC do Google no segundo trimestre, considerando a comparação com o mesmo período de 2011.
Ao mesmo tempo, com as incertezas do mercado, o Nomura prevê desaceleração nos gastos com publicidade em ferramentas de busca.
Ainda assim, as projeções são de aumento nos principais indicadores financeiros na base de comparação anual.
A receita total do Google, excluindo a MMI, deve crescer 25,8% no trimestre, para US$ 11,352 bilhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) tem avanço previsto de 24,8%, para US$ 4,572 bilhões.
Isso, levando em consideração uma receita de US$ 1,1 bilhão da MMI, que foi adquirida no final do ano passado, deve levar o lucro consolidado do Google a crescer 19,5%, para US$ 3,405 bilhões.
A expectativa de menor avanço nas receitas não atingiu as projeções trimestrais apenas. O Nomura reduziu as previsões de crescimento para o ano em 3,37 pontos percentuais para a receita obtida nos Estados Unidos (+19,3%) e em 6,86 p.p. para o resto do mundo, excluindo efeitos cambiais (+20,5%).
Além dos números, a aquisição da MMI - por US$ 12,5 bilhões - trouxe preocupações estratégicas e em relação à diluição. Sobre isso, Nowak afirma que apesar de esperar novos picos nas despesas da empresa, o negócio só deve gerar 2,5% de diluição, "um pequeno preço a ser pago para proteger o Android".
Por fim, em relação à Apple, o analista afirma que é cedo demais para fazer previsões sobre o programa de mapas da empresa ser um substituto do Google Maps.
Considerando esses fatores, o banco cortou o preço-alvo para o Google de US$ 800 para US$ 750, embora mantenha a recomendação de compra. A expectativa é de que a recuperação venha com os números do segundo semestre.
Fonte: Brasil Econômico - 10/7/2012