Do UOL, em São Paulo
O governo da Grécia anunciou, na madrugada desta sexta-feira (9), que o plano de reestruturação da dívida soberana grega ganhou a adesão de 95,7% de seus credores, informou nesta sexta-feira a Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA).
Os detentores privados de 152 bilhões de euros em dívida grega (85,8%) - dos 177 bilhões do total - aceitaram o perdão de forma voluntária. A eles se somam os possuidores do resto da dívida inscritos em leis diferentes da grega, que enviaram seu consentimento para proceder à reestruturação de seus títulos.
Segundo os cálculos da PDMA, a soma destes dois tipos de bônus chegaria a 197 bilhões de euros, ou seja, 95,7% dos 206 bilhões em dívida a reestruturar.
A Grécia precisava da participação de pelo menos dois terços de seus credores para realizar a troca dos bônus atuais por outros depreciados, na maior reestruturação de dívida soberana de sua história.
Essa troca é considerada essencial para que a Grécia evite um calote descontrolado, já que ela permitirá a Atenas pagar os 14,4 bilhões de euros em obrigações que vencem no dia 20 de março.
O objetivo é reduzir o peso da dívida, que chega atualmente a 160% do PIB, para 120,5% em 2020.
Como deve funcionar a troca de títulos da dívida
Para cada 100 euros de dívida, a Grécia pretende oferecer novos títulos no valor de 46,5 euros e os investidores teriam que renunciar ao resto.
Com isso, eles devem receber dois tipos de diplomas: um emitido pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) por 15% do valor inicial e outros títulos emitidos pela Grécia por 31,5% do valor inicial, de modo que os detentores da dívida privada perderão 53,5% de seu investimento.
A troca concreta dos títulos deve acontecer na próxima segunda-feira para as obrigações de direito grego (177 bilhões de euros, que representa 86% do total) e em 11 de abril para as restantes do direito estrangeiro, segundo o calendário oficial.
(Com informações da EFE, Reuters e da France Presse)
Fonte: Uol - 9/3/2012