September 13, 2018

Reunião na ACS - Representantes das Câmaras de Exportadores de Café e das Cooperativas de Café se reúnem com armadora e exportadores para discutir problemas do setor

Fonte: Assessoria de imprensa ACS

O coordenador da Câmara Setorial de Exportadores de Café da Associação de Santos (ACS), Moacir Soares, e o coordenador da Câmara Setorial da Cooperativas de Café, Ronald Moraes, se reuniram na sala da presidência da ACS com integrantes das duas câmaras, exportadores e representantes da armadora MSC – São Paulo para discutir problemas do setor, principalmente atrasos que têm ocorrido nos embarques de café.

Participaram do encontro os representantes da MSC, Isabella Masch (commodities deputy manager) e Cayo Silva (coordenador de vendas divisão de commodities), além de Ole Kerbsties (Stockler), Hamilton Sá (Volcafe), Ronaldo Taboada (Terra Forte) e o diretor-executivo da ACS, Marcio Calves.

No início, Moacir Soares expôs alguns dos problemas que o setor exportador cafeeiro vem passando com os atrasos nos embarques de café, principalmente devido à falta de espaço em navios.

Na sequência, os demais participantes também apresentaram alguns entraves. Os representantes da MSC, que detém grande participação no setor, apontaram as principais questões que precisam de atenção. São elas:

- Falta de espaço em navios: segundo a MSC, esse problema é uma questão do setor marítimo como um todo, em consequência do aumento da demanda de exportação, da falta de infraestrutura logística e das greves;

- Falta de contêineres “Food Grade”: esse problema está sendo normalizado, segundo a MSC, uma vez que chegam contêineres vazios nos navios de importação;

- Navio “extra load” (navios extras, que não estavam programados, para atender uma demanda maior): para resolver a questão, a MSC alocou quatro navios desde junho. Os exportadores reforçaram que essa estratégia seria de extrema importância ao setor cafeeiro, que está com seus contratos internacionais em atraso, com comprometimento bancário com as linhas de financiamento, especialmente ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio) - o que afeta o capital de giro das empresas exportadoras. Tradicionalmente, de setembro a dezembro são os meses com os volumes maiores de embarque de café e deverá aumentar, pois o Brasil acaba de colher uma safra recorde este ano;

- Rolagem de carga: as cargas que não foram embarcadas precisam de priorização no embarque, pois acabam sendo roladas por semanas, causando sérios prejuízos aos exportadores e importadores. Ficou bastante claro que o exportador que respeitar o deadline, e sua carga não tiver sido embarcada, não irá arcar com quaisquer despesas extraordinárias;

- Planejamento de embarques: a armadora MSC executa seus planejamentos de cargas com base nas informações que coletam nos meios de comunicação e encontros de negócios sendo, muitas vezes, surpreendida com demandas ora inferior ora superior. Ficou definido que iremos discutir novamente esse tema com o setor e que, por exemplo, o CECAFÉ (ou mesmo a ACS, por meio de suas Câmaras do Café), será um canal de informação constante com os armadores, prevenindo sobre a demanda de embarques;

- Falta de “gates” / deadline de carga: a MSC relatou que frequentemente a entrega da carga está sendo feita no deadline. Com isso, os dias anteriores ficam ociosos nos terminais, sobrecarregando os dias posteriores. Os exportadores reforçam que possuem “free time” de sete dias, que têm dificuldades em agendar as entregas já a partir do 2º dia da retirada do contêiner vazio e que solicitam que o armador reforce essa situação com o terminal, já que são contratados pelo armador;

- Os exportadores informaram que a pior das situações é rolagem de carga após retirada de equipamento. Com o equipamento retirado pelo exportador, mas ainda não entregue ao terminal de embarque, todo o ônus do atraso de embarque fica por conta do exportador, que não somente tem atraso no recebimento do pagamento pelo importador, mas adicionalmente tem que depositar o contêiner em “pré-stacking”, correndo risco de arcar com uma cobrança de “demurrage” (taxa de permanência que excede os dias de freetime que o exportador tem direito) pelo próprio armador.

Após os problemas serem expostos, a MSC mostrou-se bastante sensível às demandas dos exportadores de café e a empresa está fazendo o possível para amenizar os impactos desta situação, procurando alocar navios extras.

Contudo, esta situação deverá perdurar, pelo menos até novembro próximo.

 

 

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