O cenário para a safra do algodão brasileiro (2022/2023) é animador e promissor.
Atualmente o país é o segundo maior exportador de algodão do mundo e figura entre os maiores produtores globais da commodity, ocupando o quarto lugar, ao lado de países como Índia, Estados Unidos, China e Paquistão.
Na estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), a produção em pluma deve chegar a 3,069 milhões de toneladas, alta de 19,8% em relação à safra anterior, considerado um patamar histórico.
Os dados comprovam que o algodão brasileiro vem se mostrando altamente competitivo, ganhando cada vez mais força entre os compradores internacionais.
Foi com esse propósito e foco, que na manhã desta quarta-feira (16), a ACS sediou um grande encontro e reuniu em sua sede duas grandes instituições, ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) e ANEA (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão), que juntas, desenvolvem um trabalho que contribui, de forma significativa, na melhoria de todo o processo de exportação do algodão através do Programa Algodão Brasileiro Responsável para Terminais Retroportuários de Algodão (ABR-LOG) - uma certificação socioambiental voltada para o elo responsável pelo recebimento dos fardos, armazenagem e estufagem do contêiner, até o embarque, o qual integra a iniciativa Cotton Brazil, de promoção da fibra brasileira no mercado internacional.
Na prática, um programa baseado no conceito da sustentabilidade em seus pilares ambiental, social e econômico, que estabelece parâmetros a serem cumpridos, e que serão auditados para a certificação.
O anfitrião e presidente da ACS, Mauro Sammarco, abriu os trabalhos agradecendo a oportunidade de receber grandes atores da exportação do algodão na sede da entidade para falar sobre a importância do produto para o porto de Santos e do porto de Santos para o algodão. “O Porto de Santos, por suas conexões marítimas com os principais destinos dessa commodity, é a principal porta de saída do algodão exportado pelo Brasil. Hoje temos um volume de cerca de 100 mil contêineres por ano, 95% do algodão brasileiro sai do nosso porto e esses contêineres são estufados aqui nos terminais da nossa região, então além do volume de embarque, isso gera muito serviço nos terminais retroportuários. Sem dúvida, um encontro de grande relevância para impulsionar o setor”, comenta Mauro.
Participaram também da reunião técnicos de ambas as instituições e representantes de diversos terminais da região, que aproveitaram a oportunidade para entender todas os detalhes, etapas e critérios do protocolo de certificação.
Na ocasião, 3 terminais da lista de associadas da ACS foram agraciados com o certificado ABR-LOG, contribuindo no processo de exportação do commodity e dando um passo fundamental para o fortalecimento da imagem do algodão brasileiro no mundo. São elas: S. Magalhães & Essemaga, Hipercon e LDC (Louis Dreyfus).
Presente no evento, o presidente da ABRAPA, Alexandre Schenkel, salientou em seu discurso a importância da iniciativa para o fortalecimento da cotonicultura nacional. “A cobrança na qualidade do nosso algodão é muito grande, e com o Programa ABR-LOG - uma certificação onde se vê as boas práticas da questão ambiental, trabalhista e principalmente de organização, nós conseguimos trazer essa qualidade para dentro dos terminais retorportuários. O algodão tem que chegar para os clientes lá fora com uma qualidade boa, tem que estar intacto e bem presentado”, explica Alexandre.
Para o presidente da ANAE, Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA), Miguel Faus, parceira no projeto, a iniciativa foi uma oportunidade de abordar diversos pontos importantes e discutir os problemas que acontecem. “Na conversa de hoje, pontuamos diversas questões importantes que devem ser levadas aos produtores. Certificamos 3 terminais e ainda temos outros em processo para receber o documento. Estou surpreendido e emocionado. Será a primeira de muitas”, disse Miguel.
Um bate-papo descontraído entre palestrantes e participantes marcou o final do evento.
Sempre palco de grandes discussões, mais uma vez a Associação Comercial de Santos abre espaço para dar voz as cadeias produtivas e mostrar a importância dos produtos para o porto.
