September 15, 2014

Cerca de 90% dos cultivares de cafés comerciais do Brasil são resultantes de pesquisas do Instituto Agronômico de Campinas, afirma pesquisador

Cerca de 90% dos cultivares de cafés comerciais do Brasil são resultantes de pesquisas do Instituto Agronômico de Campinas, afirma pesquisador

O Pesquisador Científico Gerson Silva Giomo, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), SP, afirma que cerca de 90% dos cultivares comerciais de cafés do Brasil resultaram de pesquisas desenvolvidas pelo IAC. "Ao mesmo tempo que é um orgulho, é também uma grande responsabilidade", declarou Giomo.

O instituto, que tem área total de 700 hectares (7 milhões de metros quadrados), disponibiliza 60 hectares (600 mil metros quadrados) para o plantio de 100 mil pés de cafés.

O pesquisador disse que, embora o IAC tenha como foco a pesquisa, também precisa se inteirar das questões do mercado de café. Por isso a equipe foi preparada para lidar com conhecimentos sobre as características que os especialistas do setor cafeeiro tanto se preocupam, como se a bebida é doce, ácida, se tem sabor floral ou achocolatado, entre outros.

O engenheiro agrônomo Gerson Giomo - um dos pesquisadores do Centro de Café Alcides Carvalho, do Instituto Agronômico de Campinas, entidade vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - recebeu os alunos do 57.º Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos (ACS) na tarde de sexta-feira, 12 de setembro de 2014.

A 57.ª turma do Curso de Café da ACS é integrada por 23 alunos, orientados pelos professores Nilton Ribeiro, classificador e degustador, que durante 55 anos atuou a serviço da Stockler Comercial e Exportadora, de cafés, e Candido Mattar Ribeiro (Candinho), também classificador e degustador, da Triple R Consultoria. O curso começou em 1.º de setembro e será encerrado em 25 de setembro.

Gerson Giomo disse que, além de pesquisar os cafés para comercialização em larga escala, o IAC também se preocupa com estudos de plantas para nichos de mercado, como os cafés especiais.

Ele informou, por exemplo, que, na semana anterior, vieram cafeicultores do Cerrado de Minas Gerais, focados no desenvolvimento de cafeeiros para participação em concursos de qualidade.

O IAC foi criado em 1887 pelo imperador Dom Pedro II com o objetivo de desenvolver pesquisas para a adubação dos cafeeiros - o nome original era Imperial Estação Agronômica de Campinas. Em 1892, a entidade foi transferida para o Governo do Estado de São Paulo, que alterou a denominação para Instituto Agronômico de Campinas.

Hoje, o País mantém, espalhados pelos estados produtores, 63 cultivares com 4,2 bilhões de cafeeiros.

Para garantir a continuidade da expansão da cafeicultura no País, o IAC desenvolveu, na década de 60, a primeira colhedeira mecânica de café. O protótipo foi industrializado pela Jato, hoje uma das potências na produção dessas máquinas.

Gerson Giomo afirmou ainda que as pesquisas para o café cereja descascado foram realizadas no Instituto Agronômico de Campinas. O IAC também promove trabalhos para a produção de cafés descafeinados, que é um nicho de mercado mais recente - talvez 1% do consumo no Brasil e cerca de 10% no mundo, mas que não deve ser ignorado.

O engenheiro agrônomo ressaltou que o IAC não atua com transgênicos, por isso leva muito tempo para a produção de um café em condições de ser plantado em escala comercial. "É um trabalho de 30 a 35 anos", citou.

O Pesquisador Científico fez uma breve exposição sobre o Instituto Agronômico de Campinas, no auditório do Centro de Café Alcides Carvalho, e exibiu um vídeo de 10 minutos sobre a entidade. Em seguida, respondeu a perguntas dos alunos do Curso de Café da Associação Comercial de Santos.

O agrônomo também apresentou amostras de grãos de cafés diversos - alguns com grãos amarelos, outros manchados, características naturais dos cafeeiros.

Após a exposição no auditório, foi oferecido aos visitantes um café expresso especial, um blend de vários grãos do IAC.

Depois, o pesquisador conduziu os visitantes a conhecerem alguns pés de cafés, de procedências diversas, de países da África e América do Sul, além dos tradicionais cafeeiros.

A seguir, mostrou algumas instalações, como uma estufa com ripas no telhado, para que a luz solar imite condições semelhantes às da natureza, em que cafeeiros usufruem de sombras de árvores mais altas.

Outra estufa tem rede no telhado, para proteger as mudas dos desafios do clima.

Mais informações sobre o Instituto Agronômico de Campinas podem ser obtidas no site: http://www.iac.sp.gov.br/

ALUNOS

Eis os alunos inscritos para o 57.º Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos:

Amanda Ribeiro de Castro - Noble Coffee

 Anike Wolthers

Antonio Luttmann Diaz

Emmanuel Ribeiro do Valle Filho

Eneide Angela da Silva Pinto - Volcafé

Flavia Bernardi - Três Corações

Gedean Ferreira da Silva - Louis Dreyfus

Haruhiko Ikeda - Iguaçu

Hirohito Shionoya - Iguaçu

Jéssica Barbosa Santiago - Noble Coffee

João Adriano Banachi - Iguaçu

Julio Cezar Cristão

Karen Nascimento Moraes - Noble Coffee

Larissa Alves dos Santos - Noble Coffee

Lucas Dionizio da Silva - Unicafé

Lucas Eduardo - Stockler

Paulo Henrique Santos Pomuceno - Eisa

Rafael Santos Cruz - Noble Coffee

Renata Leão Guimarães 

Ryota Shinagawa - Iguaçu

Samantha Geraldina Duyn - Louis Dreyfus

Tamires Pinto da Silva - Noble Coffee

Thales Francheschini Consentine - Louis Dreyfus

CURSO DE CAFÉ

O Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos teve início em 1989, com o objetivo de capacitar os alunos a identificar as características do produto, atender às exigências do mercado e criar oportunidades de negócios. Desde então, mais de 800 alunos já foram habilitados.

Além de despertar o interesse de profissionais do mercado cafeeiro do Brasil, o curso da ACS é reconhecido também pelos principais países consumidores. No mês de julho de cada ano, japoneses que atuam em empresas relacionadas à indústria do café vêm a Santos especialmente para o curso da Associação Comercial. Profissionais de outras nações complementam as turmas de julho.

O curso é supervisionado pelo presidente da Associação Comercial de Santos, Roberto Clemente Santini, e pela coordenadora da Câmara Setorial de Exportadores de Café da ACS, Evelyse Lopes.

São duas horas diárias durante quatro semanas de aprendizagem teórica e prática sobre a história do café, produção, armazenagem, aspectos econômicos nacionais e internacionais, legislação, tecnologia, fiscalização, identificação de grãos, prova de bebida e desenvolvimento de blends.

As aulas teóricas são ministradas na Sala de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos, no 3.º andar. Palestras ministradas por especialistas - em sustentabilidade e no mercado cafeeiro - complementam as aulas.

Também na Sala de Classificação e Degustação de Café ocorrem as atividades práticas - de classificação dos grãos verdes e de degustação, realizadas diariamente, até o final do curso. Os alunos observam as características dos grãos e provam os cafés, sentindo o aroma e o sabor da bebida.

O programa do curso inclui ainda visita a uma fazenda de café e a um terminal de exportação e beneficiamento de café, este da Dínamo Inter-Agrícola, o único no Porto de Santos.

Para participar do curso é necessário ter 18 anos de idade, cópia do diploma ou certificado de conclusão do Ensino Médio ou equivalente, atestado de sanidade bucal emitido por profissional habilitado e cópia da carteira de identidade (RG) ou passaporte.

Ao final, os alunos com frequência mínima de 80% e com bom desempenho nas aulas recebem certificado e carteira de classificador, além de uma colher de prova de café.

O curso tem edições em março, maio, julho, setembro e novembro.

Mais informações podem ser obtidas na Associação Comercial de Santos, pelo telefone (13) 3212-8200, ramal 220, e-mail: acs@acs.org.br

 

















































































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