Também será feito pedido para que sejam executadas as obras para ampliação de dois berços de atracação na Alemoa
A Câmara Setorial de Granéis Líquidos da Associação Comercial de Santos (ACS) enviará um ofício ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, pedindo para que seja tratada com prioridade a questão das obras de acesso ao Porto de Santos pelo recém criado Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. No documento, também será solicitada a execução da ampliação dos berços 5 e 6 do Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (TEGLA). A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (10), durante reunião de integrantes da Câmara, na sede da ACS.
De acordo com o coordenador da Câmara, Mike Sealy, a ideia é levar ao ministro os mapeamentos para que ele, juntamente com o novo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, dê prioridade a essas obras de acesso.
“Não é possível que o Porto de Santos se mantenha por mais tempo apenas com uma entrada e uma saída”.
Também será feito pedido para reativar as intenções, previamente assumidas pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), de executar a ampliação dos berços 5 e 6 do Terminal de Granéis Líquidos da Alemos (TEGLA).
“A não ampliação causa grande impacto na excelência operacional dos terminais líquidos de granéis. O projeto está pronto, doamos à Codesp, o licenciamento também está pronto. Mas, até hoje, nada foi feito”.
Dragagem
Outra decisão importante tomada pela Câmara foi a de apoiar a proposta para que se torne privada a gestão dos canais de navegação dos complexos portuários brasileiros e de suas obras de dragagem, debatida nesta quinta-feira (9), durante reunião do ministro Maurício Quintella com integrantes da Federação Nacional dos Portuários (Fenop), formada por diversas entidades do setor, em Brasília.
“Estamos a ponto de fazer uma notificação à Codesp, imputando-a dessa responsabilidade. A Câmara se solidariza com a proposta apresentada pela Fenop, pois é fundamental que possamos ter essa questão desvinculada do Governo, para que seja possível olhar mais para as atividades específicas de cada porto, em relação à dragagem. Os processos hoje, com as licitações, levam de seis meses a um ano e não há continuidade. Isso traz sérias implicações, como o assoreamento e a perda do calado de berço, o que impede que os navios possam entrar. Então, eles (os navios) acabam indo para o porto de Paranaguá para aliviar a carga. Aí, quando voltam, entram no fim da fila, e o custo deles e de 3 mil dólares por hora. Imagina quanto temos que pagar para o cliente por um navio como este parado? Assim, o Porto de Santos perde competitividade”.
Sobre a proposta
O plano de entregar a dragagem, que hoje é uma responsabilidade do Governo Federal, para a iniciativa privada surgiu a partir das dificuldades que a Secretaria de Portos (SEP) enfrentou em contratar uma firma especializada no aprofundamento do canal de navegação do cais santista, no ano passado. O tema chegou a ser debatido em audiências públicas durante a gestão do então ministro Edinho Araújo, mas não avançou.