O terceiro dia da visita à China, dentro da programação do Santos Export 2011 - Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, começou com um seminário envolvendo a comitiva de Santos, uma missão brasileira procedente de Cingapura e representantes do Porto de Shanghai.
Entre outros, integraram a missão brasileira o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, e representantes dos portos de Salvador, Vitória, Belém e Manaus.
A Associação Comercial de Santos (ACS) também integrou a comitiva.
Em função do caráter oficial, o grupo contou com o apoio de Marcos Caramuru, cônsul do Brasil em Shanghai.
Na abertura do seminário, Caramuru garantiu que o comércio exterior se ampliará muito nos próximos anos e que a China vai importar mais alimentos, principalmente do Brasil. “A China se vê no futuro como grande importador. E também como exportador de capitais”.
Ao encerrar a sua participação, o cônsul indicou a China como grande parceiro. “Entre os cinco maiores portos do mundo, três são chineses. O futuro é promissor”.
Na sequência, o ministro Rubens Gama, diretor de Promoção Comercial do Itamaraty, defendeu a necessidade de Brasil e China ampliarem a cooperação no setor de transportes.
O diretor geral da Autoridade Portuária de Shangai, Wang Quan, garantiu que a meta é transformar o Porto de Shanghai em centro internacional de navegação.
Após destacar a semelhança continental entre os dois países, Fernando Fialho disse que o grande desafio do Brasil é ampliar a exportação do agronegócio brasileiro.
Seguiram-se apresentações de projetos dos portos de Santa Catarina, Salvador, Belém e Manaus.
A exclusão do Porto de Santos, cujos representantes inexplicavelmente não tiveram espaço para qualquer manifestação sobre o maior complexo portuário da América Latina, causou desconforto entre os membros da delegação santista, composta também pelo presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra, e pelo presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos, Sérgio Aquino.
A importância do Porto de Santos, porém, foi comprovada à tarde, quando ocorreram encontros diretos para futuros negócios ou parcerias. Os chineses concentraram suas conversações com os dirigentes santistas.
SHENZHEN
O quarto dia da Associação Comercial de Santos na China ocorreu em Shenzhen, uma cidade de apenas 30 anos que chama a atenção pelo planejamento urbano e pelas muitas obras em desenvolvimento, num ritmo incrível.
A viagem para Shenzhen foi feita de avião, pela Air China, num vôo de 2 horas e 20 minutos.
A primeira atividade envolveu uma visita ao mais recente terminal de contêineres do Porto de Shenzhen.
O porto tem quatro terminais, mas já há planejamento para mais dois, com obras que serão iniciadas a partir da demanda. A infraestrutura, porém, está rigorosamente pronta.
Só o novo terminal, em 2010, movimentou 670 mil TEUs (contêineres equivalentes a 20 pés). Os quatro juntos, no mesmo período, movimentaram 21 milhões de TEUs, contra 2,770 milhões de TEUs do Porto de Santos ao longo do ano passado.
HONG KONG
A última etapa da visita à China foi a Hong Kong, ilha com mais de 7 milhões de habitantes.
A programação envolveu uma visita ao Porto de Hong Kong, que conta com quatro terminais. Em 2010, o complexo movimentou 21 milhões de TEUs.
Hong Kong chama a atenção pela modernização, otimização de espaço e, principalmente, pela eficiência e produtividade, além de uma retroárea que garante extrema funcionalidade a todo o processo operacional.
Apesar do grande movimento de contêineres, o impacto operacional na cidade é relativamente pequeno. A explicação está no modal de transporte: 80% da carga chegam ao porto para embarque por barcaças, contra apenas 20% por caminhões. Os números também se mantêm no desembarque.
Na parte final da visita, o grupo conheceu o maior centro logístico do mundo, implantado ao longo de 20 anos. Nessa unidade estão a coordenação e o controle do processo operacional geral.
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