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A Tribuna, 26/1/2013, sábado, Caderno Especial Santos 467 Anos, página 37
# Além do forte comércio, via foi palco de eventos culturais
Entre vários nomes, o apelido de Wall Street Santista quando se fala em Centro Histórico logo vem à mente a Rua XV de Novembro, apelidada de Wall Street Santista, na primeira metade do século 20, pelo volume dos negócios cafeeiros.
No entanto, essa mesma área também foi importante polo de cultura da região, concentrando desfiles carnavalescos, cinemas, clubes sociais e até casas de banho.
A centenária via pública teve um cenário bem diferente do que se vê hoje em dia. Já ostentou cinemas, como o famoso Excelsior, criado em 1908; o Salon Bijou, de 1909; seguido pelo Smart, anexo ao Café Comercial, e ainda o Pathé, de 1916.
Teve de tudo um pouco, desde bondinhos puxados a burro a engraxates, que se distribuíam pelos meios-fios e atraíam os mais variados públicos.
Abrigou clubes sociais, sendo o mais evidente deles o Clube XV, em meio às sedes de companhias de navegação (há muito desaparecidas). Tudo ornamentado por arcos de iluminação a gás.
Na esquina da atual Rua Riachuelo está a Associação Comercial de Santos, fundada em 1870. Uma das mais antigas entidades do gênero no Brasil e que teve três sucessivas edificações, as duas primeiras no trecho antes denominado Rua 25 de Março.
No número 111, ainda permanece o edifício da Bolsa de Valores e, bem ao lado, no 109, a casa em que um dia morou José Bonifácio de Andrada e Silva, patriarca da Independência do Brasil.
OUTROS ARES
A Rua XV não é mais aquela, assim como os ares são outros. Restaram apenas relatos de tantas outras coisas, como as Casas de Banho, um dos grandes atrativos da época.
Havia uma casa de banho na Praça dos Andradas, 25, denominada Ao Cisne Santista. Outra, na XV, 7, com capacidade para fornecer 20 banhos diários, e que mantinha serviço de bar, com uma atraente bancada de doces franceses.
Os estilos arquitetônicos dos prédios que compõem a via são diversos. Ao lado do antigo repousam as novidades de concreto. Exemplo dessa mistura é o Edifício Nilo Branco, construído no final dos anos 80, na confluência das ruas XV de Novembro com Frei Gaspar, para abrigar firmas de café. (RF)
