Hoje qualquer um com o celular pode registrar imagens, mas imagine como era fotografar no final do século XIX e início do século XX usando os negativos de vidro. Um dos grandes mestres nesta época era o fotógrafo José Marques Pereira, que atuou por aqui ao longo de três décadas e fez importantes registros visuais.
O primeiro grande fotógrafo da Cidade é o tema da nova exposição da Associação Comercial de Santos (ACS) e do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, com apoio do Memória Santista, em cartaz no saguão da ACS (Rua XV de Novembro, 137, Centro Histórico), de segunda a sexta-feira das 8h às 18h.
A mostra traz lugares, pessoas, eventos e cenas de Santos em transformação. A maioria das imagens foi captada entre 1900 e 1906 e muitas viraram cartões postais, levando a imagem da Cidade ao mundo.
Marques Pereira criou a “Fotografia União” e tornou-se o retratista oficial do Município, colaborando com jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A técnica dos negativos de vidro, comum no século XIX, consistia em aplicar emulsão fotossensível sobre placas que captavam detalhes com precisão. Por serem frágeis e muitas vezes reutilizadas, o acervo do fotógrafo é ainda mais valioso.
Na exposição, além de fotos de Marques Pereira e textos sobre os acontecimentos retratados, o visitante pode ver de perto como é um negativo de vidro.
“Esta exposição revela a delicadeza da técnica, a força do olhar e a permanência da memória. Cada negativo é um fragmento do tempo – uma Santos que sobrevive porque ele, Pereira, um dia, mirou e clicou”, destacou o curador da exposição, Sérgio Willians, jornalista e pesquisador.