A Petrobras colocou em reavaliação US$ 5,9 bilhões em novos projetos da área de gás e energia de seu plano de negócios para o quinquênio 2012-2016. Tratam-se de empreendimentos que ainda não foram aprovados pelo conselho de admistração da companhia e cujas obras não foram iniciadas.
O total de empreendimentos sob análise e ainda não aprovados soma US$ 27,8 bilhões.
Os dois mais importantes são as unidades de produção de fertilizantes e outros produtos químicos de Uberaba (MG) e Linhares (ES). Somados, os dois projetos correspondem a US$ 3,2 bilhões em investimentos.
A unidade de produção de amônia (insumo para fertilizantes), em Uberaba, deve estar pronta em 2015. O empreendimento de Linhares, voltado à produção de uréia (outra matéria-prima de fertilizantes e produtos químicos como metanol), está programada para 2017.
Segundo Alcides Santoro, diretor de gás e energia da Petrobras, os projetos só não sairão do papel se a companhia não tiver recursos financeiros disponíveis para sua implantação no período previsto para o início das obras. "Se isso ocorrer, ou postergamos ou os projetos voltam para a prancheta para terem seu escopo reduzido."
Também estão sob reavaliação trechos de gasodutos, um terminal de regaseificação (conversão de gás importado por navios do estado líquido novamente para o gasoso) e três termelétricas.
Ao todo, estão em fase de obra projetos com valor de US$ 7,7 bilhões da área de gás e energia, de um total de US$ 208,7 bilhões previstos no plano da Petrobras como empreendimentos em implantação.
OFERTA
A Petrobras estima que terá sobra de gás a partir de 2016, situação que se manterá até 2020, pelo menos. O excedente será gerado porque o consumo crescerá num ritmo menor do que a oferta de gás.
Em 2016, a estatal produzirá e importará, de terminais e da Bolívia, 139 milhões de metros cúbicos de gás por dia, para um consumo de 124 milhões de metros cúbicos diários.
Santoro não soube dizer quanto da oferta será proveniente do pré-sal. Uma das incertezas, diz, é quanto será necessário de gás para injetar nos poços e melhorar a produtividade dos campos e a vasão do óleo.
Fonte: Folha de S. Paulo / 23/8/2012